Uma nova conexão sobre o Rio Paraná: ponte Brasil-Paraguai é inaugurada

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Uma nova conexão sobre o Rio Paraná: ponte Brasil-Paraguai é inaugurada

P. Fonseca
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Ponte entre Brasil e Paraguai no Rio Paraná© Ricardo Stuckert/PR

Seis décadas após a icônica Ponte da Amizade, um novo vão de R$ 1,9 bilhão surge sobre o Rio Paraná. A obra, que pretende desafogar o tráfego e impulsionar o comércio, começa a operar de forma gradual.

Mais que concreto: um símbolo de integração e alívio para uma fronteira saturada

A cena em Foz do Iguaçu tinha o peso da história e a urgência do presente. Com a presença do presidente Lula e de ministros, foi inaugurada nesta sexta-feira (19) a Ponte Internacional da Integração Brasil-Paraguai, a segunda ligação viária sobre o Rio Paraná entre os países. A cerimônia não celebrava apenas uma obra de R$ 1,9 bilhão — metade financiada pela Itaipu Binacional —, mas a promessa de alívio para um gargalo histórico.

A vizinha Ponte da Amizade, inaugurada há 60 anos, há muito se transformou em um símbolo de saturação. Ela suporta um fluxo diário de 100 mil pessoas e 45 mil veículos — um ritmo frenético que a nova estrutura pretende ajudar a regular.

“Espero que muita gente do Paraguai vá visitar o Brasil e que muita gente do Brasil venha visitar o Paraguai”, afirmou Lula, defendendo o fluxo de pessoas e produtos. A fala resume a ambição do projeto: criar um novo corredor para fazer as economias — e a vida nas fronteiras — pulsarem com mais força.

Números de uma gigante: o que torna a nova ponte uma obra singular

Os números impressionam. Com 760 metros de extensão, a ponte estaiada tem um vão-livre de 470 metros — o maior do continente — sustentado por duas torres de 190 metros, equivalentes a prédios de 54 andares. Uma estrutura que domina a paisagem do rio e carrega a expectativa de ser mais do que uma passagem.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, garantiu que do lado brasileiro tudo está pronto. “A ponte está 100% pronta, a Receita Federal está preparada para trabalhar, a Polícia Federal também”, disse, em um tom de missão cumprida. Mas a obra, claro, é só uma parte da equação.

Operação em degraus: por que a abertura total ainda vai demorar

A promessa de um tráfego livre esbarra em uma realidade logística. A liberação será um processo lento e calculado. Nesta primeira fase, só caminhões sem carga (“em lastro”) podem cruzar, em horários específicos. Ônibus de turismo fretados serão autorizados em breve.

E o fluxo pleno para todos os veículos de carga? Só entre o fim de 2026 e início de 2027. O prazo não depende do Brasil, mas da conclusão do Corredor Metropolitano del Este, no lado paraguaio. É um lembrete cru de que integração de verdade exige mais que uma ponte — demanda que a infraestrutura dos dois lados da fronteira esteja no mesmo ritmo.

Enquanto isso, o novo gigante de aço e concreto começa sua vida operacional de forma modesta, observando de cima o rio e o tráfego incessante na irmã mais velha. A pergunta que fica é se a paciência dos que dependem diariamente dessa rota aguentará o novo ritmo, degrau por degrau.

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