A cidade investe em segurança sobre duas rodas com uma edição exclusiva para motociclistas mulheres. O curso, que acontece no Barradão, oferece técnicas de pilotagem e um capacete para cada participante.
O som do motor não é só sobre deslocamento; é sobre trabalho, sobrevivência e autonomia. Percebendo esse movimento crescente, a Transalvador decidiu dedicar um dia inteiro do seu curso de pilotagem segura apenas para elas. A sétima edição de 2025 começou nesta quarta (17), no estacionamento do estádio Barradão, em Canabrava.
— A quantidade delas se deslocando e trabalhando com motocicletas tem aumentado. E a procura por capacitação também — justifica Rivaldo Barreto, agente e instrutor do curso. A decisão é um reconhecimento tácito de uma mudança silenciosa nas ruas: cada vez mais mulheres dominam as magrelas, seja por necessidade ou por opção.
Para quem vive da moto, a qualificação é uma questão de ofício. É o caso de Palmira Araújo, 36 anos, que trabalha há quatro sobre duas rodas. “Um curso como este ajuda a eliminar os vícios e as manias”, diz ela, que vê a formação como um passo para se tornar uma multiplicadora das boas práticas. Sabrina Sulamita, 43, mototaxista, concorda. “Sou boa piloto, mas estou sempre me atualizando. Sinto que saio de uma ação como essa ainda mais preparada.”
As aulas, que seguem nesta quinta (18) para os homens, são totalmente práticas. Os agentes ensinam desde o controle da moto em baixa velocidade até técnicas de frenagem mais eficazes. Ao final, cada participante leva para casa um capacete — um símbolo concreto do investimento em segurança.
Mas será que dois dias são suficientes para mudar hábitos enraizados no caos do trânsito? A iniciativa é louvável e necessária, um primeiro passo. O verdadeiro teste, porém, se dará a cada curva, a cada ultrapassagem arriscada evitada, no dia a dia de quem precisa da moto para seguir em frente.
