Brasil
Repatriados desembarcam em Fortaleza sob operação interministerial coordenada pelo MDHC

Neste sábado (24), 103 brasileiros retornaram dos Estados Unidos em uma ação articulada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), determinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo, composto por 90 homens e 13 mulheres, chegou ao Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM), no Aeroporto Internacional de Fortaleza. O projeto, diga-se, é uma aposta ousada em coordenação e eficiência governamental.
A maior parte (38%) dos repatriados tem entre 18 e 29 anos. Entre eles, três pessoas permanecem sob custódia da Polícia Federal devido a restrições judiciais no Brasil. Setenta e seis seguiram viagem para Belo Horizonte por meio de voo da Força Aérea Brasileira, enquanto os demais receberam atendimento imediato no Ceará. O secretário Bruno Teixeira ressaltou a forma humanizada e segura do acolhimento. “Nunca imaginei que veria um processo tão coordenado para garantir a volta desses brasileiros às suas casas”, declarou. Ele enfatizou que órgãos públicos asseguram direitos básicos durante todo o processo.
O diretor Ricardo Collar complementou que o Brasil é o destino final para a realização dos sonhos dos repatriados. “O Governo Federal espera que todos encontrem alegria no reencontro familiar e sucesso na reinserção social e profissional”, afirmou. O acolhimento se estendeu por múltiplas frentes: Polícia Federal, Defensoria Pública da União, ministérios da Saúde, Justiça, Relações Exteriores, Desenvolvimento Social e Defesa colaboraram com os governos estaduais do Ceará e Minas Gerais, além das concessionárias dos dois aeroportos envolvidos.
Foram distribuídos kits de higiene e alimentação, oferecido apoio psicossocial e orientações para acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e serviços jurídicos. Grupos vulneráveis, como idosos, pessoas com deficiência e a população LGBTQIA+, receberam atenção especializada. Para os que não possuíam local de estadia, o Governo Federal disponibilizou acomodações provisórias, alimentação e transporte terrestre para retorno seguro às cidades de origem, em parceria com a Agência Nacional de Transportes Terrestres.
Desde fevereiro, 783 brasileiros foram repatriados em operações coordenadas para retorno seguro de pessoas em situação de vulnerabilidade no exterior, principalmente nos Estados Unidos. Desses, 616 são homens e 155 mulheres, com algumas identidades de gênero não informadas. As ações ocorreram em datas específicas ao longo dos últimos quatro meses, reforçando a continuidade do programa.
A operação envolve múltiplos órgãos que atuam em cooperação: o MDHC coordena e mantém atualizado o aplicativo Clique Cidadania, com informações específicas para repatriados; o Ministério do Desenvolvimento Social gerencia a triagem social; o Ministério da Saúde fornece atendimento médico e psicológico; o Ministério das Relações Exteriores articula com autoridades americanas; Ministérios da Justiça e Segurança Pública agilizam processos migratórios; a Defesa disponibiliza transporte aéreo; a Defensoria Pública monitora direitos humanos; juizados resolvem pendências documentais; aeroportos oferecem suporte logístico; e governos estaduais envolvem equipes de apoio e infraestrutura. A Organização Internacional para as Migrações contribui na triagem e preenchimento de formulários.
O prefeito, com as mãos sujas de tinta após visita às instalações, observava o movimento de chegada. Em meio à rotina administrativa, a operação chamou atenção pela rapidez e pela ampla rede de colaboração entre setores diversos, mostrando como um esforço coordenado pode transformar a burocracia em um serviço ágil e humanizado.