Prisão de Bolsonaro provoca terremoto político no Congresso

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Prisão de Bolsonaro provoca terremoto político no Congresso

P. Fonseca
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Vista do alto da sala do congresso.© Roque de Sá/Agência Senado/Direitos reservados

A prisão preventiva de Jair Bolsonaro, determinada pelo STF, expõe a profunda divisão no Congresso Nacional. Enquanto a base do governo vê uma decisão necessária, a oposição fala em “arbítrio” e “perseguição”.

Destaque:

  • A decisão judicial que acirrou os ânimos em Brasília.

  • O lado da base governista: a defesa da ordem pública.

  • A reação da oposição: o grito de “aberração”.

  • O núcleo bolsonarista e a justificativa para a prisão.

  • O que acontece agora com o ex-presidente.

A tensão em Brasília atingiu um novo patamar neste sábado (22). A ordem de prisão preventiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro — expedida pelo Supremo Tribunal Federal e cumprida pela Polícia Federal — não prendeu apenas um homem; deteve a atenção de todo o país e rasgou de vez o já frágil tecido de cordialidade no Congresso.

De um lado, a base aliada do governo celebra a decisão como um freio necessário à instabilidade. Do outro, a oposição bolsonarista vê a medida como a confirmação de uma perseguição política sem limites.

A Defesa da Ordem Pública

Para os governistas, a decisão do ministro Alexandre de Moraes foi uma resposta direta a uma provocação. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) foi incisivo: a chamada “vigília” convocada pelo senador Flávio Bolsonaro não passava de um ato político disfarçado.

— A mobilização buscava criar um clima de intimidação ao STF e à PF — afirmou o parlamentar, citando o risco de aglomeração com armas e uma possível tentativa de fuga, evidenciada pela violação da tornozeleira eletrônica.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), ecoou o tom grave. “O país vive um momento histórico”, declarou. “Quem atacou a democracia vai pagar por isso!”.

O Grito de “Aberração” da Oposição

No campo oposto, o sentimento é de revolta. O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, não poupou palavras para classificar a prisão.

— Prender o presidente Jair Bolsonaro, que já cumpria domiciliar há mais de 100 dias, está debilitado e sequer é acusado formalmente é uma aberração — disparou. “O crime é impossível. A injustiça, real”.

A fala de Hamilton Mourão (Republicanos-RS) seguiu a mesma linha, porém com um tom mais contundente. Para o ex-vice-presidente, transferir Bolsonaro para a carceragem da PF é a prova definitiva de que “o arbítrio e a perseguição não têm fim”.

O Núcleo do Conflito

E o que levou, de fato, à mudança da prisão domiciliar para a preventiva? A decisão do ministro Moraes aponta dois fatores centrais.

Primeiro, a convocação da vigília, vista como um potencial catalisador para tumulto e uma tentativa de interferir no processo. — O evento poderia facilitar uma “eventual tentativa de fuga do réu”, escreveu o ministro.

Mas foi a tentativa de romper a tornozeleira eletrônica que parece ter sido o ponto de não retorno. Um movimento interpretado pelo STF como a confirmação de que as regras do jogo estavam sendo desrespeitadas.

E Agora?

Com a poeira ainda baixando, o ex-presidente deve passar a noite nas celas da PF no Distrito Federal. Sua audiência de custódia está marcada para este domingo (23), por videoconferência. A determinação inclui ainda atendimento médico integral.

O episódio deixa claro: a crise política não arrefece, apenas muda de endereço. Sai a casa do ex-presidente em Brasília e entra o plenário virtual do Supremo — com o Congresso Nacional dividido ao meio, assistindo a mais um capítulo de um confronto que redefine os limites da democracia brasileira.

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