O presidente determinou processo para expulsar um servidor público federal flagrado agredindo uma mulher e uma criança. A resposta rápida do governo tenta dar um recado: violência contra mulheres não será tolerada.
O caso é grave, as imagens são chocantes e a resposta veio com a pressa de quem quer marcar posição. O presidente Lula determinou pessoalmente à Controladoria-Geral da União (CGU) a abertura de um processo para expulsar do serviço público o servidor que agrediu uma mulher e uma criança no Distrito Federal.
A ordem é clara: “responsabilização e expulsão”. Nas redes sociais, Lula não poupou palavras para classificar o episódio — que correu o país em vídeos — como uma “agressão covarde” e “inadmissível”.
“Um servidor público deve ser um exemplo de conduta dentro e fora do local de trabalho”, afirmou o presidente. E completou, num tom que mistura determinação oficial e um apelo quase pessoal: “Não vamos fechar os olhos aos agressores de mulheres e crianças estejam eles onde estiverem”.
A reação não surge do nada. Nas últimas semanas, o governo federal começou a tensionar o discurso e colocar a violência contra a mulher no centro da agenda política para 2026. Lula tem dito, em pronunciamentos e postagens, que este será um compromisso de “alma” — “especialmente dos homens”.
Mas a pergunta que fica, diante da brutalidade do caso, é outra: a máquina administrativa consegue ser tão ágil e incisiva quanto o discurso presidencial?
A CGU, por sua vez, tentou mostrar agilidade. Antes mesmo da determinação formal de Lula, o órgão anunciou uma série de medidas contra o servidor: ele foi afastado de uma função de chefia substituta, teve o acesso aos prédios da CGU bloqueado e virou alvo de investigações preliminares da corregedoria e da comissão de ética.
O ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, foi direto: “Quero ser claro ao dizer que violência contra a mulher e contra crianças é crime. Não se trata de desentendimento, conflito privado ou questão pessoal”.
Agora, o processo corre. A expectativa é de que a expulsão seja efetivada — mas o caminho burocrático ainda pode ser longo. O governo federal tenta, com esse caso, transformar a indignação em um exemplo. A sociedade, especialmente as mulheres, aguarda para ver se a justiça, em todas as suas esferas, terá a mesma velocidade e firmeza das palavras.
