Após sentença definitiva de 10 anos, um homem de 38 anos foi localizado e preso na zona rural do município. O crime, cometido contra a própria sobrinha de 4 anos, escancara a violência no seio familiar.
A polícia baiana tirou das ruas, nesta quarta-feira (3), um nome que há tempos constava nas piores páginas dos registros criminais da região. Um homem de 38 anos, já condenado definitivamente pela Justiça pelo estupro de uma criança vulnerável, foi finalmente localizado e preso. A ação aconteceu no interior de Barra do Choça, num rincão afastado da zona rural, pondo fim a um período em que ele esteve foragido.
A sentença é pesada e reflete a gravidade do que foi cometido: 10 anos de reclusão em regime fechado. O processo judicial não deixa margem para dúvidas — e é um daqueles casos que faz qualquer um cerrar os punhos. A vítima era sua própria sobrinha. A menina tinha 4 anos. O relatório é cru e direto: o autor se aproveitou do ambiente doméstico e da relação de confiança para cometer o abuso. É aquele tipo de violência que não acontece na rua, à noite, mas sim dentro de casa, onde a criança deveria estar mais segura.
Os investigadores da Delegacia Territorial rastrearam o foragido até o fundo de um loteamento na área rural. A imagem da prisão nesse cenário — longe dos centros, escondido — parece simbólica. Após a captura, ele passou pela delegacia e agora aguarda, preso, o início do cumprimento da pena.
E aqui, a reportagem esbarra num muro necessário. Em estrito respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), detalhes que possam identificar ou revitimizar a criança e sua família serão preservados. A notícia da prisão circula, mas o trauma e o cuidado com quem mais sofreu ficam em silêncio protegido.
A pergunta que a sociedade faz, ao ler uma notícia dessas, vai além do “onde estava”. Ela é mais profunda e incômoda. A prisão é o fim de um capítulo jurídico, mas o que se faz para que histórias como esta não tenham sequer uma primeira página? A lei funcionou, a prisão foi cumprida. Só que, para uma criança de 4 anos, a justiça é um conceito que vai ter que ser reconstruído a vida toda.
