Dois mandados de prisão foram cumpridos nesta quinta (18) na região sisaleira. As ações, coordenadas pela delegacia local com apoio tático, levaram à cadeia um homem por estupro de vulnerável e outro por descumprir medidas protetivas.
Dois homens foram capturados pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (18) em Pé de Serra. As ordens de prisão, vindas das comarcas de Santana e Riachão do Jacuípe, mostram a força da lei agindo no interior — mas revelam, sobretudo, histórias de violência que ecoam atrás das portas de casas simples, no chão de terra do sertão.
A primeira operação mirou a zona rural. Lá, os policiais encontraram um homem de 55 anos. A acusação é grave: estupro de vulnerável. A vítima é a própria filha dele, uma mulher de 23 anos cuja condição de saúde mental, conforme as investigações, a tornava ainda mais indefesa. O crime é um daqueles que costumam ser abafados pelo medo e pela estrutura familiar. Desta vez, não.
Pouco depois, no centro do município, as equipes fecharam o cerco contra um segundo alvo. Era um homem de 60 anos, preso por desrespeitar, de forma reiterada, medidas protetivas de urgência. A vítima, sua ex-companheira de 53 anos, vivia sob perseguição e ameaças, vendo a ordem judicial ser rasgada pela insistência do agressor. A prisão veio para interromper um ciclo de terror que a Justiça já havia tentado encerrar no papel.
Os dois custodiados passaram por exames de corpo de delito na delegacia e agora aguardam, à disposição da Justiça, a transferência para o sistema prisional. As ações contaram com o músculo operacional do Gatti/Sisal, um apoio essencial em regiões mais distantes.
A operação encerra um capítulo de impunidade, isso é fato. Mas será que sela a história? Prender quem descumpre medida protetiva é necessário — mas é também um sintoma de que a ameaça anterior não foi suficiente. Da mesma forma, levar à cadeia o agressor dentro de casa é justo, mas expõe uma violência que se alimenta do silêncio e da vulnerabilidade extrema.
A lei chegou, com eficiência, ao sertão. Só que a verdadeira proteção começa muito antes do mandado de prisão. Ela começa no dia em que uma vítima consegue falar e, principalmente, no dia em que é ouvida.
