A violência urbana se manifesta de forma crua no sertão baiano. Um homem de 23 anos foi preso em flagrante após furtar um celular, exigir R$ 50 pelo aparelho e, diante da negativa da dona, destruir o equipamento no centro da cidade.
A rotina do centro comercial de Euclides da Cunha, no sertão da Bahia, foi interrompida por um ato de violência tão banal quanto revoltante. No último domingo (22), um homem de 23 anos aproveitou-se da correria de fim de ano para subtrair o celular de uma mulher de 41 anos dentro de um estabelecimento.
Só que a ação não parou no furto. Em uma escalada de descaramento, o autor passou a contactar a vítima. A proposta era clara e cínica: ela deveria pagar R$ 50 para reaver seu próprio aparelho. A ameaça que acompanhava a proposta era a destruição do celular.
A vítima, no entanto, não cedeu à chantagem. E foi essa negativa que transformou um furto em um quadro de dano qualificado e extorsão. Furioso por não obter o que queria, o suspeito não pensou duas vezes — arremessou o telefone ao chão, danificando-o completamente. Um ato de pura destruição, movido pelo rancor de quem não conseguiu lucrar com o crime.
A resposta da polícia veio rápido. Na noite de terça-feira (23), a equipe plantonista da 1ª Delegacia Territorial (DT/Euclides da Cunha) localizou e prendeu o jovem em flagrante pelos dois crimes. O procedimento seguiu o rito: após a prisão, ele foi submetido aos exames no Departamento de Polícia Técnica (DPT) e agora está custodiado, à disposição da Justiça.
O caso, à primeira vista, pode parecer um crime de oportunidade, desses que lotam as delegacias. Mas ele revela camadas mais espessas da violência cotidiana: a ousadia do criminoso que tenta lucrar duas vezes, a sensação de impotência da vítima e, por fim, a destruição gratuita como forma de punição por não se dobrar à ilegalidade.
