Itapuã eterniza Cira do Acarajé com monumento na praça Oxum

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Itapuã eterniza Cira do Acarajé com monumento na praça Oxum

P. Fonseca
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Efínge de Cira do Acarajé inaugurado em ItapuãFoto: Jefferson Peixto /Secom PMS

Cinco anos após sua partida, Cira ganha uma efígie no coração de Itapuã. A homenagem, a primeira do tipo a uma baiana de acarajé em Salvador, imortaliza o legado da mulher que transformou um tabuleiro em ponto turístico internacional.

O bairro de Itapuã sempre teve um cheiro marcante — é o de dendê quente e camarão fresco saindo do tabuleiro de Cira. Agora, ganha também um novo ponto de contemplação. Na praça Oxum do Abaeté, onde ela trabalhou por meio século, uma efígie em bronze fixa para sempre a imagem da quituteira que se tornou ícone.

A inauguração, nesta quinta (4), foi mais que um ato oficial. Foi um reencontro. Entre discursos de autoridades da Fundação Gregório de Mattos e da Desal, o que ecoou mesmo foi o canto das Ganhadeiras de Itapuã e o ritmo do Malezinho. Amigos de infância, vizinhos e a família — todos ali, num dia que marcava os cinco anos da partida de Cira, coincidentemente no Dia de Iansã, a dona do acarajé.

Ela não vendia apenas um lanche. Cira, que assumiu o ofício aos 17 anos após perder a mãe, ergueu sozinha uma referência gastronômica. Seu acarajé foi eleito o melhor de Salvador 16 vezes consecutivas — e a fama cruzou o oceano. A crocância perfeita e a generosidade no camarão fizeram de seus quiosques (em Itapuã, Rio Vermelho e Piatã) paradas obrigatórias.

Fernando Guerreiro, presidente da FGM, lembrou que esta é a primeira efígie dedicada a uma baiana de acarajé na cidade. “É criar uma relação com a memória. As pessoas vão ver a efígie e procurar saber quem foi ela”. Já Vagner Rocha, diretor de Patrimônio, enfatizou o simbolismo: “É tornar o legado dela imortal. Ela levou o nome da Bahia para o mundo”.

Mas foram as palavras da filha, Cristina Santos, que deram a verdadeira medida da homenagem. “Meus netos vão poder ver e perguntar quem foi ela”, disse, emocionada. “Minha mãe criou os filhos sozinha com esse tabuleiro. Deixou um legado que a gente vive até hoje — e faz com o mesmo amor: acordar cedo, bater a massa, usar feijão fresco”.

Cira se foi em 4 de dezembro de 2020, aos 70 anos. Agora, seu olhar em bronze segue firme diante do Abaeté. Um reconhecimento que, embora tardio, tenta equilibrar a conta com as baianas que constroem Salvador no dia a dia. Não é apenas uma estátua — é a confirmação de que alguns sabores viram história. E que algumas histórias, felizmente, viram ponto de referência.

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