Inema realiza Reintegração de Animais na Mata Atlântica

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Lontra, um importante remanescente de Mata Atlântica, acolheu na última terça-feira, 11 de fevereiro, a soltura de 40 animais silvestres. Esses animais foram resgatados e trazidos ao Centro Estadual de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Inema por meio de diversas formas, incluindo entregas voluntárias e operações de fiscalização. A ação de reintegração marca um passo significativo na preservação da fauna nativa.

Importância da Soltura e Reabilitação

Durante o evento de soltura, o veterinário do Inema, Marcos Leônidas, destacou a importância fundamental desse processo. Ele esclareceu que antes da soltura, os animais passaram por um extenso processo de triagem e reabilitação, onde receberam intervenções clínicas e atenção nutricional adequadas. Muitos deles chegaram ao centro com dificuldades de saúde, e a equipe realizou observações comportamentais rigorosas para garantir que cada animal estivesse preparado para sua vida livre na natureza.

Espécies Reintegradas e Monitoramento

Nesta fase de reintrodução, foram soltos diversos animais, incluindo serpentes, mamíferos e aves. Entre as serpentes, podem ser citadas jiboias e jararacas, enquanto entre os mamíferos destacam-se espécies como o cachorro-do-mato e o sariguê. As aves de rapina, como gaviões-carijó e carcarás, foram soltas em áreas de vegetação mais aberta, facilitando seu reconhecimento do novo habitat e seus voos iniciais.

“Este momento inicial é de reconhecimento do território, dos locais de refúgio, de alimentação e fonte de água. Como esse é o bioma de origem deles, a adaptação é quase imediata.” – Marcos Leônidas

A RPPN Lontra e o Programa ASAS

A RPPN Lontra, que preserva 1.377 hectares de vegetação nativa, é cadastrada no programa Áreas de Soltura de Animais Silvestres (ASAS). A inclusão de áreas no programa envolve um processo rigoroso onde técnicos do Inema avaliam a conservação da vegetação nativa, a presença de fauna silvestre e as condições de controle das atividades humanas dentro e no entorno da área.

A bióloga Marianna Pinho explicou os critérios de avaliação para o cadastro das ASAS. Ela enfatizou que “é crucial garantir aos animais todas as características necessárias para sobrevivência e reprodução”. Isso garante não apenas o bem-estar dos animais resgatados, mas também a saúde geral do ecossistema.

Proteção e Monitoramento na RPPN

Igor Macedo, especialista em meio ambiente da Bracell, que possui a RPPN Lontra, falou sobre os esforços de proteção da reserva. “Nossa RPPN possui uma equipe dedicada de vigilância patrimonial e brigadistas que realiza o monitoramento da fauna e desenvolve atividades de educação ambiental”, afirmou. Isso é fundamental para garantir que a área continue protegida e segura para a reintrodução de animais silvestres.

Cetas e Ações de Resgate

O Centro Estadual de Triagem de Animais Silvestres possui unidades em Salvador, Cruz das Almas e um novo centro em construção em Barreiras. O Cetas desempenha um papel crucial na triagem de animais e na realização de resgates. Estes incluem animais feridos que chegam por diversos motivos, desde entregas voluntárias à apreensões decorrentes de ações de fiscalização.

Além disso, o Cetas oferece um serviço de resgate especializado. Se alguém encontrar um animal silvestre ferido ou perdido, deve entrar em contato com o Cetas pelo WhatsApp: (71) 99661-3998. Essa iniciativa é vital para garantir atenção e cuidado a esses seres que muitas vezes precisam de apoio para superar suas dificuldades e retornar ao seu habitat natural.

O trabalho contínuo do Inema e de entidades parceiras na conservação da fauna silvestre ilustra o compromisso com a proteção da biodiversidade e a promoção de um ambiente mais seguro para espécies ameaçadas.