A Hemorrede baiana está se modernizando. Um investimento federal de mais de R$ 2,2 milhões em equipamentos de última geração promete aumentar a produção de medicamentos vitais a partir do plasma — e a Bahia é peça-chave nesse quebra-cabeça nacional.
A notícia chegou em forma de equpamentos de congelamento — onze no total. Nesta sexta-feira (28), a Fundação Hemoba recebeu o reforço de peso: um investimento superior a R$ 2,2 milhões do Governo Federal para modernizar a infraestrutura de armazenamento de plasma em todo o estado.
Dois desses blast freezers e freezers já estão funcionando no Hemocentro Coordenador, em Salvador. Os demais seguirão para unidades estratégicas no interior: Barreiras, Vitória da Conquista, Feira de Santana e Eunápolis. — A meta é clara: transformar a Bahia em um polo mais forte e eficiente na coleta e processamento desse insumo vital.
Do interior para o mundo: a jornada do plasma baiano
Mas o que significa, na prática, essa modernização? Significa que o plasma coletado em uma unidade de Vitória da Conquista terá sua qualidade preservada de forma impecável até chegar à Hemobrás, onde será transformado em medicamentos.
E a receita para isso tem dois ingredientes: tecnologia e qualificação. A empresa fornecedora não só instalará os aparelhos, mas também treinará as equipes da Hemoba para operá-los com máxima segurança e eficiência. É a ciência aplicada para salvar vidas, com um capítulo importante sendo escrito aqui.
Números que salvam: o impacto real por trás dos milhões
Os números mostram que a estratégia já vinha dando certo, e agora ganha um gás extra. Em 2024, a Hemoba enviou 8.064 bolsas de plasma para a Hemobrás. Em 2025, esse número saltou para 11.936. Com os novos equipamentos, a expectativa é que a curva continue subindo.
“Os novos equipamentos representam um avanço significativo para a qualidade e a segurança do nosso trabalho”, destacou o diretor-geral da Hemoba, Luiz Catto. Ele reforça que a modernização amplia a capacidade de processamento e preservação, fortalecendo os serviços na capital e no interior.
Joanna Paroli, superintendente estadual do Ministério da Saúde, foi enfática: a tecnologia mais moderna e eficaz trará maior segurança ao processamento e garantirá o acesso a medicamentos estratégicos. É a saúde pública tentando vencer na corrida contra o tempo e a escassez.
Para que serve o plasma? A matéria-prima da vida
Pode parecer um termo técnico, mas o plasma é, literalmente, a matéria-prima da vida para milhares de pacientes. Ele é o componente sanguíneo essencial para a produção de medicamentos de alto custo, como:
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Albumina, usada em queimaduras e cirurgias complexas;
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Imunoglobulina, crucial para tratar imunodeficiências;
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Fator VIII, a esperança para pacientes com hemofilia.
O subsecretário da Saúde do Estado, Paulo Barbosa, projetou um aumento de mais de 27% no volume de plasma coletado no país em 2025. O Brasil quer ultrapassar a marca de 300 mil litros.
Enquanto os novos equipamentos começam a ser instalados, a pergunta que fica é: será que a população baiana, historicamente solidária nas doações, está preparada para corresponder a essa ampliação de capacidade? A resposta, como sempre, está nas veias do povo.
