Um edital robusto da Finep abre as portas para R$ 500 milhões em recursos não reembolsáveis para pesquisa aplicada. O objetivo é turbinar a inovação nacional e, de quebra, reduzir as desigualdades regionais.
O futuro da pesquisa aplicada no país ganha um fôlego de meio bilhão de reais. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) abriu a chamada pública “Pesquisa Aplicada em Centros Temáticos 2025”, um edital que mira diretamente nos Centros Nacionais de Infraestrutura Científica e Tecnológica.
A missão declarada é clara: fortalecer a capacidade de pesquisa instalada e estimular a criação de produtos e processos inovadores — aqueles que geram impacto real na economia e na sociedade.
Os detalhes do financiamento
Os R$ 500 milhões saem do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e não precisam ser devolvidos. As instituições — públicas ou privadas — têm até 29 de maio de 2026 para submeter suas propostas na plataforma da Finep.
Mas atenção: o edital carrega uma intenção geopolítica importante. 30% do total está reservado para projetos das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Uma tentativa de oxigenar a base científica além do eixo Sul-Sudeste e, de fato, descentralizar a inovação brasileira. Desse montante, R$ 100 milhões são exclusivos para Infraestrutura Urbana e Mobilidade Sustentável.
Onde o dinheiro vai ser aplicado?
Os R$ 400 milhões restantes se dividem por cinco eixos considerados estratégicos para o país. Todos estão alinhados com o programa Nova Indústria Brasil (NIB). São eles:
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Cadeias Agroindustriais Sustentáveis
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Complexo da Saúde
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Tecnologias para a Soberania e Defesa Nacionais
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Transformação Digital
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Bioeconomia e Transição Energética
Cada projeto pode durar até 36 meses e pedir entre R$ 3 e R$ 10 milhões. Há uma regra de contrapartida financeira para instituições estaduais e municipais. E cada ICT só pode ser a executora principal de uma proposta — mas pode coexecutar em outras.
Para Luiz Antônio Elias, presidente da Finep, o edital é uma “excelente notícia para toda a sociedade”. Em sua visão, as áreas temáticas escolhidas são de “enorme importância para o desenvolvimento sustentável e soberano do Brasil”.
A pergunta que fica, especialmente para pesquisadores baianos e nordestinos, é se as instituições da região conseguirão estruturar propostas competitivas a tempo de capturar uma fatia significativa desses 30%. O recurso está lá. O desafio, agora, é transformá-lo em ciência que mude a realidade.
O edital completo está disponível no site da Finep.
