Política
Comissão Mista de Orçamento aprova contas presidenciais de Dilma Rousseff referentes a 2014 e 2015

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) validou nesta quinta-feira as contas presidenciais dos anos finais do governo de Dilma Rousseff, envolvendo os exercícios de 2014 e 2015. O processo, diga-se, é uma aposta ousada num cenário político ainda polarizado.
Relatórios distintos conduziram a decisão: o senador Fabiano Contarato (PT-ES) assinou o documento referente a 2014, enquanto o deputado Enio Verri (PT-PR) respondeu pelo de 2015. Para Verri, essa aprovação representa uma espécie de reparação histórica. Ele defende que o afastamento da presidente decorreu de um golpe fundamentado em acusações infundadas, as chamadas “pedaladas fiscais”.
Outra voz favorável foi a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS). Ela afirmou que o impedimento em 2016 resultou de um pacto temporário envolvendo amplos setores da elite financeira nacional, que se uniram para tirar Dilma do poder. Melchionna destacou ainda que as mesmas irregularidades imputadas à ex-presidente também constavam nas contas de 14 governadores estaduais no ano de 2015, mas nenhum deles enfrentou processo similar.
O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) manifestou posição contrária à aprovação, evocando o Tribunal de Contas da União, que em 2015 recomendou a rejeição das contas por práticas de “contabilidade criativa”. Van Hattem qualificou o impeachment como um desejo nacional naquele momento.
Além de Dilma, a CMO aprovou as prestações de contas do presidente Michel Temer em 2017, relatadas pelo deputado Carlos Chiodini (MDB-SC). Também foram aprovadas as contas do presidente Jair Bolsonaro relativas a 2020 e 2021, conduzidas respectivamente pelo senador licenciado Marcos Rogério (PL-RO) e pelo deputado Cezinha de Madureira (PSD-BSP).
Agora, todas as análises seguirão para apreciação do Plenário do Congresso Nacional, onde o debate continua. O clima, carregado de nuances, reflete a complexidade das avaliações sobre os governos recentes.