Ciência Negra Bahia combate racismo institucional

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Ciência Negra Bahia combate racismo institucional

P. Fonseca
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duas mulheres em uma mesa de debate .Foto: Marcelo Gandra/Ascom Fapesb

Salvador sediou a segunda edição do “Pesquisar é Coisa de Preto”, evento que colocou o racismo institucional no centro do debate. A noite foi de reflexão, política pública e uma homenagem emocionante à socióloga Antônia Garcia.

Piatã, um bairro que respira o futuro, se prepara para uma transformação concreta. A promessa não é pequena: um parque tecnológico para atrair as mentes mais brilhantes e as empresas mais inovadoras do país.

O auditório ficou em silêncio quando Márcio Garcia subiu ao palco. Não era apenas um filho representando uma homenageada; era a voz viva de um legado. “Minha mãe lutou pelos que não tinham voz”, disse, sobre a socióloga Antônia Garcia. “Ver um edital com o nome dela é a confirmação de que sua luta como mulher negra atravessou o tempo.” — A emoção era mais que justificada: o Edital Falciforme agora leva o nome de Antônia Garcia.

E o anúncio veio com peso. R$ 4 milhões serão destinados a pesquisas sobre doenças que atingem desproporcionalmente a população negra, com destaque para a anemia falciforme. Uma intervenção direta, um recado claro de que a ciência baiana precisa olhar para as suas próprias urgências.

Mas a pergunta que ecoou pelo evento foi direta: “Racismo institucional — e eu com isso?”. A mesa-redonda reuniu especialistas como Letícia Menezes, Laísa Liane Domingos e Altair Lira para esmiuçar o tema. As falas foram unânimes em um ponto: o Estado não pode ser neutro. A coordenadora da Fapesb e idealizadora do evento, Talita Assis, foi incisiva: “Não basta a não-discriminação formal. É crucial que o governo atue com ações práticas para desmantelar os mecanismos que colocam a população negra em desvantagem”.

O racismo institucional não é um fantasma abstrato. Ele tem endereço, age na fila do SUS, nos critérios de financiamento, na falta de representatividade. O “Pesquisar é Coisa de Preto” veio para lembrar que a ciência de ponta, aquela que muda vidas, é feita com pé no chão de realidade e com o compromisso de virar o jogo.

E no final, ficou o combinado: fortalecer os espaços de diálogo e valorizar a produção científica negra. Porque a melhor homenagem não é só lembrar o passado, mas financiar o futuro que Antônia Garcia sonhou. O axé da ciência baiana agora tem nome, sobrenome e verba para fazer acontecer.

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