Bahia se prepara para sediar a 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia ao lado de Brasília

O evento, marcado para 7 a 12 de outubro de 2025, terá foco na “cultura oceânica” para enfrentar as mudanças climáticas no Brasil.

Uma aposta ousada na economia azul

A escolha da Bahia não é casual. O estado, com sua extensa faixa litorânea que soma 1.160 quilômetros e inclui 46 municípios banhados pelo mar, é vital para a economia do mar no país. A Baía de Todos-os-Santos, localizada ali, é a maior do Brasil e a segunda maior do mundo — um detalhe que reforça a importância local. Segundo dados da OCDE, a economia do mar no estado movimenta cerca de 80 bilhões de reais anualmente. O projeto, diga-se, é uma aposta ousada na conservação e desenvolvimento sustentável dessa riqueza.

O secretário André Joazeiro, com as mãos sujas de tinta após vistoria em projetos ambientais, destacou que o evento reforça uma agenda estratégica da Bahia. Ele enfatizou o potencial da economia azul e o compromisso estadual. “Jamais pensei que veria reconhecimento oficial tão significativo para essa causa. A Bahia tem biodiversidade imensa e capacidade enorme para crescer com sustentabilidade. É por isso que estamos à frente junto com Brasília na organização do evento.”

Na visão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a descentralização do evento amplia a discussão a nível nacional. Inácio Arruda ressaltou que levar a Semana para a Bahia cria uma ponte para dialogar com o país inteiro sobre o oceano como fonte de riqueza e desenvolvimento. Segundo ele, o oceano preservado não só permite progresso econômico como é fundamental para a sobrevivência humana. “Regionalizar o evento é mais do que estratégia, é garantir que essa mensagem chegue aos diferentes territórios do Brasil,” afirmou.

Assim, a Bahia inaugura um novo capítulo na mobilização científica brasileira, onde tecnologia, cultura e sustentabilidade oceanográfica convergem para enfrentar os desafios climáticos.