Bahia corta fila do SUS e se torna exemplo nacional em saúde

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Bahia corta fila do SUS e se torna exemplo nacional em saúde

Lúcia L.F
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pessoas sentadas aguardando a consultaFoto: Leonardo Rattes/Sesab

A Bahia está fazando o que muitos consideravam impossível: destravar a fila do SUS. Enquanto pacientes pelo país esperam, em média, 57 dias por uma consulta especializada, aqui o relógio marcou 12,5 dias. Um feito que coloca o estado em segundo lugar no ranking nacional de agilidade — e a meta é chegar ao topo.

O motor dessa mudança tem nome e sobrenome: Policlínicas Regionais. São 26 unidades em pleno vapor, três com as obras a todo vapor — em Camaçari, Remanso e Itapetinga — e mais quatro aprovadas no último PAC. Uma expansão calculada para descentralizar o coração do atendimento. A ideia é simples, mas poderosa: em vez de forçar o paciente a cruzar o estado, leva o especialista até a sua região.

“É um esforço de mão tripla: estado, União e municípios. E estamos acelerando”, explica a secretária estadual da Saúde, Roberta Santana. Ela se refere aos R$ 168 milhões do Novo PAC que vão financiar as novas unidades. “É um investimento que materializa o compromisso com o acesso”, completa. O discurso é ambicioso, mas os números mostram que a engrenagem está funcionando: mais de 8,7 milhões de atendimentos realizados desde a implantação do modelo.

Mas o que, de fato, muda na vida do baiano?

Tudo. De uma consulta com cardiologista em Juazeiro a uma ressonância magnética em Teixeira de Freitas. O modelo oferece dezenas de especialidades e exames de alta complexidade, aliviando a pressão sobre os hospitais e — o mais importante — encurtando o sofrimento da espera.

A estratégia geográfica é clara. As 26 unidades estão espalhadas por polos estratégicos, de Barreiras a Eunápolis, de Irecê a Ilhéus. É saúde com endereço, cobrindo 416 municípios. A unidade de Salvador atende pela capital, mas a força está no interior. É a tentativa concreta de equilibrar a balança do acesso.

Por trás dos consultórios, há uma injeção massiva de recursos. O governo estadual já injetou R$ 1,4 bilhão nas policlínicas, cobrindo desde a construção até a manutenção diária. E não para por aí: R$ 12,4 milhões em recursos próprios foram usados para mutirões de fim de semana, e mais R$ 100 milhões do Ministério da Saúde chegaram via programa ‘Agora Tem Especialistas’.

Só que um prédio sozinho não sustenta a mudança. A gestão sabe que a porta de entrada do SUS é a Unidade Básica de Saúde. Por isso, a rede de policlínicas é apenas o carro-chefe de uma estratégia maior, que inclui reformas de UBS e entrega de equipamentos aos municípios. A pergunta que fica é se o ritmo da expansão vai conseguir acompanhar a demanda sempre crescente.

A Bahia está mostrando que é possível fazer diferente. O caminho é longo e cheio de desafios, mas os primeiros passos — dados com firmeza — já colocaram o estado no mapa da inovação em saúde pública. Resta saber se o exemplo baiano vai ecoar pelo resto do país.

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