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Arena Arromba Chão abre espaço para tradição de quadrilhas juninas no Centro Histórico

A Arena Arromba Chão, situada na Praça Municipal de Salvador, recebe a partir desta sexta-feira a quarta edição do Festival de Quadrilhas Juninas de Salvador. O evento, organizado pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e da Fundação Gregório de Mattos, apresenta oito grupos tradicionais em três dias distintos, incluindo o sábado seguinte e a quarta-feira da semana que vem.
O festival integra a programação do Arraiá da Prefs 2025 com a proposta de fortalecer a visibilidade cultural das quadrilhas soteropolitanas. O projeto, diga-se, é uma aposta ousada para valorizar coletivos locais e oferecer ao público uma experiência que revive ritmos típicos como xote, baião, marcha e xaxado. Além da musicalidade, há encenações que trazem humor e irreverência, focadas no tradicional “casamento na roça”.
Os grupos se dividem em três infantis — Germe da Era, Forró do Luar e Flor de Chita — e cinco adultos: Forró Asa Branca, Forró Mandacaru, Imperatriz do Forró, Forró do ABC e Capelinha do Forró. Fernando Guerreiro, presidente da FGM, destacou a relevância do evento para a cultura da região. Ele afirmou que nunca imaginou que veria as quadrilhas retornando ao lugar onde a cidade praticamente começou. O gestor ressaltou que o apoio oficial ao movimento representa um compromisso da administração municipal, pois mobiliza comunidades inteiras e demonstra alto grau de competência profissional.
Fortalecer a cultura no coração da cidade
Alexandre Marcus Chaves, diretor-geral da quadrilha Asa Branca, de 51 anos, considera o retorno das apresentações ao Centro Histórico um movimento de revitalização importante para o cenário cultural junino local. Segundo ele, as quadrilhas de Salvador influenciaram não só o Nordeste, mas também se consolidaram como um dos principais fenômenos culturais do país.
Soiane Gomes, idealizadora e coordenadora do Fórum Permanente de Quadrilhas Juninas, conta que o surgimento desses grupos remonta à década de 1970, quando arraiás começaram a animar os bairros, mobilizando gerações e fomentando o tecido social e econômico local. Ela observou que a sede no Centro Histórico representa mais que um espaço: é um reconhecimento do poder público à importância dessa cultura, o que tem incentivado o ressurgimento de grupos desativados e a fundação de novas quadrilhas.
Impactos culturais e econômicos para Salvador
Ubaldina Gonzaga, presidenta da quadrilha Mirim Germe da Era, de 64 anos, destacou a ampla abrangência social das quadrilhas e seu valor na economia criativa da capital baiana. Ela listou beneficiários variados, desde costureiras, artesãos e sapateiros até músicos e coreógrafos, e comentou que o festival traz ganhos para esses profissionais. O evento, segundo a dirigente, fortalece laços entre todas as faixas etárias e etnias presentes no movimento.
Programação dos eventos: as apresentações começam na sexta-feira, às 21h, com o Mirim Germe da Era e o adulto Imperatriz do Forró. No sábado, a partir do mesmo horário, sobem ao palco Mirim Flor de Chita e Forró Mandacaru. Já na quarta-feira, as atividades acontecem entre 20h e 23h, contando com Mirim Forró do Luar, Forró do ABC, Forró Asa Branca e Capelinha do Forró. O prefeito, com as mãos sujas de tinta da inauguração recente da arena, simbolizou o retorno dessas formas de expressão para o centro da cidade.