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8ª edição do Boca de Brasa destaca a potência artística das comunidades periféricas

A tarde de quinta-feira (27) foi marcada pela celebração e pela arte no Espaço Cultural da Barroquinha, onde ocorreu a abertura oficial da 8ª edição do Festival Boca de Brasa. Este evento, promovido pela Prefeitura de Salvador através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), integra as comemorações dos 476 anos da capital baiana, reafirmando o papel da cultura na cidade.
Consolidação da Cultura das Periferias
Com o objetivo de ser uma vitrine da produção artística das periferias de Salvador, o festival acolheu autoridades, artistas e membros de coletivos culturais que assistiram a apresentações de teatro, música e desfiles de moda. Todas as atividades foram realizadas pelos participantes do projeto Boca de Brasa, que oferece infraestrutura e formação artística em bairros periféricos.
Investimentos e Política Cultural
O prefeito Bruno Reis, presente na cerimônia, destacou os avanços na política cultural da cidade como uma ferramenta de transformação social. Ele anunciou a ampliação do projeto Boca de Brasa, que passará de quatro para onze espaços e, ainda este ano, inaugurará mais quatro, totalizando 15. “A cultura é uma via estratégica de inclusão social”, enfatizou o prefeito.
Novas Oportunidades para Talentos Locais
A vice-prefeita Ana Paula Matos reforçou a importância do Movimento Boca de Brasa em valorizar os talentos das periferias, unindo arte e cultura. Para ela, a 8ª edição do festival representa uma chance de descentralizar a criação cultural, fortalecendo a economia criativa e oferecendo novas oportunidades aos artistas locais.
Celebrando a Diversidade Cultural
Fernando Guerreiro, presidente da FGM, destacou que o festival deste ano também celebra o aniversário da cidade, colocando a periferia em destaque. “Estamos trazendo a periferia para o centro das comemorações”, afirmou. Ele enfatizou a diversidade e a força criativa dos artistas envolvidos, prontos para promover debates e reflexões durante o evento.
Fomento à Economia Criativa
Mila Paes, secretária de Desenvolvimento Econômico, celebrou o Boca de Brasa como uma política pública que fomenta a economia criativa. “É gratificante ver um projeto que beneficia tanto a cultura de Salvador quanto seus criadores. Desejo que o festival tenha um impacto positivo e que continue transformando vidas através da criatividade”, declarou.
Valorização e Inclusão
Chico Assis, gerente de Equipamentos Culturais da FGM, ressaltou que o festival representa mais do que uma celebração; é um movimento que identifica e valoriza os talentos das periferias. “O Boca de Brasa revela a potência cultural da periferia e sua importância para a política cultural de Salvador”, disse, enfatizando a união de várias forças para o sucesso do evento.
Impactos Pessoais e Comunidade
Rose Ratinha, percussionista e líder do grupo Filhas do Som, compartilhou sua experiência com o projeto, que a apoiou em sua trajetória artística. “O incentivo do Boca de Brasa foi fundamental para que eu pudesse gravar videoclipes e me tornar professora de percussão, continuando a aprender”, destacou, mostrando a relevância do festival em sua vida e na comunidade.
A Inclusão de Diversas Expressões
Elivan Nascimento, diretor artístico da cerimônia, falou sobre a força dos corpos periféricos e o conceito de aquilombamento no movimento. “O Boca de Brasa mistura diferentes formas de arte para mostrar que nossos corpos também são instrumentos de transformação social, promovendo acessibilidade e resistência”, afirmou, celebrando a diversidade no evento.
Moda como Poder de Transformação
Carlos Cruz, do coletivo Periferia do Futuro, apresentou um desfile com jovens participantes das oficinas de moda oferecidas gratuitamente. “Temos cerca de 80 alunos envolvidos, a maioria jovens negros. A moda, quando trabalhada positivamente, eleva a autoestima e gera uma revolução silenciosa e poderosa”, concluiu, destacando o impacto do festival na vida dos participantes.