O ano de 2025 marca uma virada na saúde pública de Lauro de Freitas. Com investimentos pesados em estrutura, tecnologia e atenção básica, a gestão municipal tenta diminuir filas e levar consultas, exames e dignidade para mais perto da população.
Lauro de Freitas encerra 2025 com um recado claro na área da saúde: a época do descaso ficou para trás. Sob o comando da prefeita Débora Regis, a rede pública passou por uma reestruturação profunda — e os primeiros resultados já batem à porta da população.
A estratégia foi clara: fortalecer a base. Todas as equipes de Saúde da Família estão completas, e o desabastecimento de medicamentos, um fantasma antigo, foi combatido com abastecimento regular nas unidades. É a tentativa de fazer a Atenção Primária funcionar de verdade, antes que os problemas virem emergência.
O concreto e a transformação
Enquanto isso, o som de reformas ecoa em pontos estratégicos. O Pronto Atendimento de Areia Branca já está de cara nova, com estrutura ampliada e mais acolhedora. A poucos quilômetros dali, as obras do PA Nelson Barros caminham para o fim, com 90% executado. E não para por aí: as ordens de serviço para as novas USFs do Jambeiro e Capiarara foram assinadas, mostrando que a modernização vai continuar.
Mas a grande revolução para quem precisa do SUS pode ter sido silenciosa. A prefeitura descentralizou a marcação e a coleta de exames. Agora, morador faz raio-x e agenda ultrassom direto na Unidade de Saúde da Família do bairro. Sem atravessar a cidade em busca de um laudo. O teste da orelhinha, esquecido em anos anteriores, também voltou à rotina.
Números que têm rosto
Os programas de impacto trouxeram alívio concreto. O Lauro Fila Zero realizou mais de 154 mil procedimentos em cinco edições, atendendo mais de 32 mil pessoas. Já o Sabadão com Saúde virou uma tradição — mais de 7,3 mil atendimentos em fins de semana, levando vacinas, consultas e preventivos para quem não pode faltar ao trabalho durante a semana.
A conta geral impressiona: só nas USFs, foram mais de 237 mil atendimentos em 2025. Foram quase 95 mil doses de vacinas aplicadas e campanhas como Outubro Rosa e Novembro Azul somando milhares de procedimentos. Até os bichinhos de estimação entraram na conta: a campanha de vacinação antirrábica imunizou mais de 5 mil cães e gatos.
O capital humano por trás do sistema
De nada adiantaria tanta mudança sem quem coloca a mão na massa. A gestão priorizou a reparação histórica com seus profissionais: quitou parcelas atrasadas do piso da enfermagem, regularizou salários e garantiu 100% do incentivo financeiro para agentes comunitários e de endemias.
— O diálogo com os sindicatos foi permanente — um respiro após anos de tensionamento. Capacitações foram realizadas em diversas frentes, incluindo um ciclo formativo especial sobre saberes ancestrais e o uso medicinal de ervas. A saúde, aqui, também se faz com raiz.
Inovação com identidade
A tecnologia chegou para acelerar a vida. A UPA de Itinga ganhou serviços de telecardiologia e telerradiologia — um especialista à distância agilizando diagnósticos cruciais. O aparelho de raio-x foi substituído por um modelo digital moderno.
Mas a inovação mais simbólica veio de uma reconexão com a comunidade. O Consultório na Rua foi reativado e realizou mais de 1.200 atendimentos à população em situação de rua. E num movimento pioneiro, foi lançado o selo Espaço de Saúde Afro-Referenciado, certificando terreiros como locais produtores de saúde. É o SUS reconhecendo a cultura baiana como parte do tratamento.
A saúde bucal também avançou: duas novas salas odontológicas foram abertas e o serviço de frenotomia lingual no CEO passou a atender crianças de até 12 anos. A entrega de próteses dentárias realizou o sonho da sorriso completo para muitos.
E a emergência, como fica?
Quatro novas ambulâncias reforçaram a frota municipal — duas para o SAMU 192 (uma de Suporte Avançado, equipada para alta complexidade) e outras duas via emendas parlamentares. É mais fôlego para quem mais precisa na hora do desespero.
O ano de 2025 desenhou um novo modelo de cuidado em Lauro de Freitas: mais próximo, mais rápido, mais humano. A pergunta que fica é se o ritmo será mantido. A gestão garante que sim — mas a população, acostumada a promessas, parece preferir acompanhar os fatos. E os fatos, por enquanto, mostram que a saúde pública na cidade, finalmente, está no radar.
