O estado vai injetar mais de R$ 338 milhões em obras de drenagem em dez municípios. O acordo com o governo federal, via Novo PAC, promete alívio para um problema crônico que se repete a cada temporada de chuvas.
O verão baiano traz o calor, a alegria do carnaval — e o caos dos alagamentos. Ruas transformadas em rios, lama invadindo casas, prejuízos que se acumulam ano após ano. É contra esse cenário recorrente que o Governo do Estado, de mãos dadas com o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal, assina um novo termo de compromisso.
A verba, parte do Novo PAC, não é pequena: R$ 338 milhões para tentar domar as águas.
O plano divide os recursos em dois blocos. O Grupo 1, com R$ 92 milhões, mira pontos críticos em Salvador — como o Largo da Calçada e a região Luiz Tarquínio/Irmã Dulce — e em Vitória da Conquista. Já o Grupo 2 concentra a maior fatia, R$ 246 milhões, para intervenções em sete municípios do interior. A lista inclui Ilhéus, Ipiaú, Itororó, Juazeiro, Ubaíra, Santo Amaro, Dário Meira e Medeiros Neto.
A ideia é clara: melhorar o escoamento da chuva, reduzir danos materiais e afastar o risco de doenças ligadas a enchentes. A Caixa fará a fiscalização do processo, e a Conder será a responsável por botar a mão na massa.
Mas em um estado onde a relação com a chuva é de amor e ódio, a pergunta que fica é direta: a infraestrutura vai conseguir acompanhar a força das águas? A promessa é de obras alinhadas com a Lei de Saneamento, transparência e controle. Só que a população conhece bem a distância entre o papel e o asfalto.
Se a execução for tão eficiente quanto o volume do investimento, milhares de baianos podem respirar mais aliviados nos próximos verões. Caso contrário, será mais um capítulo na longa história de espera por uma solução definitiva — ou pelo menos, mais resistente.
