A polícia prendeu mais um suspeito de liderar o tráfico no caso que chocou a capital. Ele se apresentou espontaneamente, enquanto as investigações para capturar todos os envolvidos seguem a todo vapor.
A cena se repete no Departamento de Homicídios: mais um nome na lista dos acusados pelo triplo homicídio dos operários de internet está atrás das grades. Nesta terça-feira (23), um homem apontado como uma das lideranças do tráfico no bairro de Marechal Rondon entregou-se à polícia. Com ele, sobe para cinco o número de presos ligados diretamente ao crime.
A operação que desmonta o caso, batizada de Signum Fractum, começou no domingo (21) e varreu Marechal Rondon e outros pontos de Salvador. Dois suspeitos foram localizados logo no início. Um, em São Marcos. O outro era Caíque Nunes dos Santos, o “Badalo”. Só que com ele, a abordagem terminou em tiros. Socorrido, Badalo não resistiu — a polícia o considera um dos executores diretos do ataque aos técnicos.
A prisão desta terça, no entanto, tem um sabor diferente. O suspeito se apresentou. Um gesto que pode indicar pressão da operação em curso ou a busca por algum tipo de acordo. Enquanto isso, nas ruas de Marechal Rondon, a tensão permanece. A população, assustada com a violência que atingiu trabalhadores comuns, observa.
A pergunta que fica é se essas prisões são o fim ou apenas um capítulo. A Polícia Civil garante que as buscas continuam, com o objetivo de prender todos os envolvidos. Para isso, conta com uma ferramenta silenciosa e crucial: o Disque Denúncia 181. O anonimato, nesses casos, ainda é a moeda mais valiosa para quem teme represálias.
O caso expõe mais do que uma disputa de facções. Mostra a vulnerabilidade de quem apenas tenta trabalhar. E deixa claro que, para além das prisões, o desafio é quebrar um ciclo de medo que há muito se instalou naquelas ruas.
