Um dos estados mais beneficiados, a Bahia vai receber recursos federais para 293 obras essenciais. O anúncio feito em Brasília promete transformar a infraestrutura social, mas o grande teste será a execução.
Em Brasília, sob os holofotes do planalto central, o presidente Lula fechou o ciclo de anúncios do Novo PAC com uma injeção robusta para a Bahia: mais de R$ 3 bilhões em recursos federais. O estado está entre os mais contemplados pelo Fundo de Investimento em Infraestrutura Social (FIIS), com a promessa de financiar 293 obras de construção, ampliação ou modernização nas áreas de saúde, educação e saneamento.
O governador Jerônimo Rodrigues, ao lado do ministro Rui Costa, representou a Bahia na cerimônia. Para ele, os recursos são sobre planejamento e transformação da vida real. “Esses investimentos chegam para impulsionar o desenvolvimento e transformar a vida das pessoas. E é o que queremos em cada canto do estado”, afirmou. A fala de Jerônimo não é à toa — a distribuição pelo interior será o termômetro do sucesso desse pacote.
Lula, por sua vez, deixou claro que a fase de anúncios acabou. Agora é hora de executar. “O governo federal entra agora em uma nova fase, com foco total na execução e conclusão das obras já selecionadas”, declarou. O recado tenta afastar o fantasma que sempre ronda grandes programas: o abismo entre o papel e o canteiro de obras.
Mas o que esses R$ 3 bilhões significam na prática? Eles devem atingir mais de 1.100 municípios brasileiros, com a Bahia tendo uma fatia significativa. O foco declarado do Novo PAC Seleções é reduzir desigualdades e fortalecer infraestrutura pública onde ela é mais deficitária — saneamento básico em periferias, postos de saúde no semiárido, escolas em zonas rurais.
Só que a história nos ensina que liberar verba é uma etapa. Fiscalizar, licitar e entregar são outras completamente diferentes. A burocracia estadual e municipal está preparada para tocar quase trezentas obras simultaneamente? A pergunta fica no ar.
Se cumpridas, as obras podem, sim, mudar a qualidade de vida em centenas de comunidades baianas. Água tratada, escola com biblioteca, posto de saúde com equipamentos — são esses os tijolos de uma infraestrutura social digna. O povo baiano, acostumado a esperar, agora espera com um número na mão: R$ 3 bilhões. A pressão por resultados nunca foi tão concreta.
