O sossego do oeste baiano virou prioridade de Estado, ainda que por uma noite. O Comando de Policiamento da Região Oeste (CPR-O) não agiu sozinho. Foi uma ação costurada com a Prefeitura de Barreiras e o Poder Judiciário, uma convergência de forças rara e que mostra a seriedade do problema.
A Operação Paredão mira em múltiplas frentes: perturbação do sossego, crimes de trânsito, desordem pública. Mas o alvo da vez foi a poluição sonora — aquela que invade casas, estremece vidraças e rouba o descanso.
O resultado concreto? Três carros com sistemas de som acima do permitido por lei foram flagrados. A multa veio, sim. Mas o golpe mais duro foi a apreensão pura e simples dos equipamentos. Sem aviso, sem segunda chance. A mensagem é clara: o direito ao silêncio coletivo está começando a falar mais alto.
A operação tem nome de muro, mas sua eficácia será medida no dia a dia. Será que a ação conjunta, embora pontual, consegue inibir a cultura do volume no talo? Ou será apenas um susto passageiro, até a próxima festa ou o próximo carro com caixas de som que parecem torres de show?
Para o cidadão comum de Barreiras, a resposta é simples. Enquanto a poeira — ou melhor, o som — baixa, resta a esperança de que noites mais tranquilas possam virar rotina, e não exceção de operação policial.
