Operação no Extremo Sul apreende 100 aves em evento clandestino

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Operação no Extremo Sul apreende 100 aves em evento clandestino

P. Fonseca
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quadra de esportes com gaiolas de passarinhosFoto: Divulgação/Inema

Uma denúncia anônima levou Inema e Polícia Militar a interromper um torneio ilegal de canto de pássaros em Medeiros Neto. Mais de cem aves silvestres, algumas valendo fortunas no mercado negro, foram resgatadas.

A cena tinha algo de surreal: um ginásio municipal no interior do Extremo Sul, transformado em arena clandestina para um torneio de canto. A música, no caso, era o piado angustiado de mais de cem aves silvestres presas em gaiolas. A festa durou pouco. Na manhã de domingo (14), uma ação conjunta do Instituto do Meio Ambiente (Inema) e da Polícia Militar invadiu o local e pôs fim à prática irregular.

A operação começou com uma denúncia — sempre uma denúncia. Uma guarnição da PM foi acionada por uma técnica do Inema e, ao chegarem ao Ginásio Municipal de Medeiros Neto, encontraram dezenas de pessoas e um festival de gaiolas. Com a aproximação dos agentes, boa parte do público fugiu pelas portas dos fundos, num movimento desesperado que deixou para trás apenas os mais comprometidos. Três pessoas assumiram ser donas de apenas quatro gaiolas. Os outros? Apenas “espectadores”, disseram. Foram liberados após a averiguação.

No final da busca, o número era impactante: 106 aves silvestres apreendidas. Os responsáveis identificados foram levados à delegacia de Teixeira de Freitas, ouvidos e liberados, seguindo o rito legal. As gaiolas vazias foram destruídas no local. Mas o que choca, além do número, é o valor envolvido. Em investigações paralelas, soube-se que alguns daqueles pássaros podem valer mais de R$ 50 mil no mercado ilegal. É um negócio brutal, que transforma fauna em commodity.

Mas por que a proibição? Naira Leone, do Inema no Extremo Sul, explica: os torneios de canto, em si, podem ser legais — mas estão suspensos. A causa é a gripe aviária. A medida é preventiva, para evitar contaminação e proteger tanto as aves quanto a população. Realizar eventos agora é descumprir a norma, ponto final.

A lei que cai sobre os organizadores é dura: o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais. Capturar, manter ou usar fauna silvestre sem autorização é crime, com penas que vão de multas pesadas a detenção. O Inema reforça que a atuação com a PM não é esporádica — é compromisso. E no calor do extremo sul, onde a cultura da criação de pássaros é tradicional, o desafio é equilibrar respeito às raízes com a firmeza da lei.

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