O que fazer quando as ruas ficam mais cheias que um ônibus em horário de pico? A Prefeitura de Lauro de Freitas aposta em uma ação de fiscalização intensiva entre Natal e Réveillon. O alvo: o caos e a imprudência que se tornam vizinhos frequentes nas festas de fim de ano.
A Estrada do Coco — aquela artéria vital que sempre parece pulsar no limite — deve ficar ainda mais abarrotada. Dados da Secretaria de Mobilidade (SEMOB) projetam um aumento de 30% no fluxo de carros na Avenida Santos Dumont. É gente voltando para casa, turista chegando, uma movimentação que transforma o asfalto em um caldo de nervosismo e pressa.
Diante desse cenário previsível, a Prefeitura de Lauro de Freitas montou a operação “Natal no Trânsito”. A ação, que vai do dia 24 ao 28 de dezembro, coloca os agentes da SEMOB em modo de alerta total. A promessa é uma atuação “preventiva e ostensiva” nas principais vias do município.
A estratégia, segundo a pasta, foi desenhada para tentar frear a escalada de acidentes num período marcado por celebrações — e, muitas vezes, por desatenção e excessos. O foco estará nas velhas conhecidas da imprudência: o excesso de velocidade, a embriaguez ao volante e o estacionamento irregular que vira um problema para todos.
Mas a operação é só um paliativo para o caos de fim de ano? A gestão garante que o trabalho dos agentes se estenderá por todo o período festivo. É um reforço pontual, uma tentativa de inibir os maus hábitos que todo baiano conhece — aquela ultrapassagem perigosa na curva, a cervejinha a mais que vira uma tragédia anunciada.
O compromisso declarado é nobre: preservar vidas. Só que a pergunta que fica, depois que a poeira das festas baixa e as blitzes recuam, é outra. Será que a educação para um trânsito mais humano precisa de algo mais permanente do que uma operação com nome de data comemorativa?
Por enquanto, a realidade é essa: agentes no calor de dezembro, tentando fazer a sua parte para que o espírito do Natal não se perca no asfalto.
