O que parecia um comércio qualquer em bairros da zona oeste de Vitória da Conquista escondia um perigo silencioso. A Polícia Civil desmontou depósitos ilegais que vendiam gás de cozinha em meio à população, sob risco de explosão.
A rotina de um bairro, com seu vai e vem de pessoas, escondia uma bomba-relógio. Não metafórica. Na manhã desta segunda-feira (15), a Polícia Civil deflagrou a Operação Gás Legal em Vitória da Conquista e encontrou 204 botijões de gás armazenados de qualquer jeito. Em residências comuns e estabelecimentos comerciais, o produto inflamável era estocado e vendido ilegalmente, sem a autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e—o mais grave—longe de qualquer padrão mínimo de segurança.
Tudo começou com aquele fio de voz anônimo, mas crucial, que chega às delegacias. As denúncias populares guiaram as equipes até a zona oeste da cidade. Lá, a realidade era assustadora: o gás, que alimenta fogões, era tratado como uma mercadoria banal, em locais de grande circulação. Um risco desnecessário e calculista.
A prática vai muito além da venda irregular. É um crime contra a ordem econômica, com pena prevista de um a quatro anos de detenção. Um negócio que coloca o lucro acima da vida do cidadão. Quatro homens foram conduzidos para prestar depoimentos na 2ª Delegacia Territorial de Conquista, responsável pelo caso. Eles foram ouvidos, liberados, mas agora têm nome e sobrenome num inquérito policial. O caminho até a Justiça está aberto.
Enquanto isso, os 204 botijões apreendidos seguem para um destino mais seguro. Um revendedor autorizado ficará com a guarda do material, como fiel depositário, até que a Justiça decida o fim definitivo deles.
A operação não foi um trabalho solitário. Junto da DT local, somaram esforços a Delegacia de Homicídios, a 8ª Delegacia de Tóxicos e o temido GATI do Sudoeste. Um aparato robusto para desmontar uma rede que, em sua simplicidade, era uma das mais perigosas.
