A Polícia Civil intensificou a presença no bairro de Pau da Lima nesta quarta-feira (3). A ação, parte da Operação COA, mistura inteligência e abordagens para afinar o radar sobre áreas sensíveis de Salvador.
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O asfalto quente do Pau da Lima recebeu nesta quarta-feira o movimento habitual das equipes da Operação COA. Mais do que uma operação de rotina, a ação coordenada pelo Depom tinha um objetivo claro: ouvir o território e recalibrar o mapa do risco. A presença policial, aliada a abordagens a pedestres e veículos, serve como um termômetro — uma forma de colher dados frescos diretamente da rua.
Mas o foco vai além da checagem de documentos ou da busca por foragidos. O cerne é inteligência pura. Cada conversa, cada observação registrada pelas equipes no campo alimenta um banco de dados estratégico. A promessa é que essa informação direcione futuras ações com uma precisão maior — e, em tese, com menos confrontos.
Para essa missão de escuta e mapeamento, o Depom não atuou sozinho. O aparato especializado foi pesado: Denarc, Draco, DHPP e Deic, todos com o suporte tático da Core. Uma concentração de forças que revela a complexidade da segurança pública na capital.
Desde que começou, a COA já marcou presença em pontos conhecidos da cidade — do São Cristóvão à Fazenda Grande do Retiro. A ideia, repetida no comunicado oficial, é expandir a cobertura e reforçar um caráter “preventivo”. A pergunta que fica, no entanto, é o quanto essa presença intermitente consegue, de fato, mudar a sensação de quem vive nesses locais dia após dia.
A operação se desfaz ao fim do turno, mas deixa um rastro de dados. O desafio agora é transformar esse mapa atualizado em políticas que signifiquem, de fato, uma rotina mais segura para os baianos. Só o tempo — e os próximos índices de violência — dirão se a estratégia é eficaz ou apenas um reconhecimento de terreno.
