Novo programa combate onda de lixo eletrônico em Lauro de Freitas

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Novo programa combate onda de lixo eletrônico em Lauro de Freitas

P. Fonseca
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Servidores instalando caixa de coleta de lixo reciclavelFoto: SUPCOM

Enquanto o Brasil lidera a produção de lixo eletrônico na América Latina, Lauro de Freitas inicia sua própria batalha. A Prefeitura, por meio da SEMMA, instalou o primeiro coletor público para descarte de celulares, computadores e outros eletrônicos no Centro Administrativo.

O primeiro ponto fixo do Programa de Coleta de Resíduos Eletrônicos já está funcionando. Quem passar pelo Centro Administrativo de Lauro de Freitas (CALF), na Avenida Brigadeiro Alberto C. Matos, pode deixar seus aparelhos sem uso das 8h às 17h, de segunda a sexta.

A iniciativa chega para enfrentar um tsunami de resíduos. O Brasil é o maior produtor de lixo eletrônico da América Latina e ocupa a segunda posição no ranking das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos. São mais de 2.4 milhões de toneladas geradas por ano, mas um dado é ainda mais preocupante: apenas 3% desse volume é reciclado de forma documentada e adequada.

O resto? Muitas vezes vai parar em lixões ou aterros comuns. E é aí que mora o perigo.

O risco escondido na gaveta e no lixo

Celulares velhos, carregadores queimados, notebooks obsoletos. Eles parecem inofensivos, mas são uma bomba-relógio química. A maioria contém metais pesados como chumbo, mercúrio, cádmio e arsênio.

Quando descartados no lixo comum, esses materiais podem vazar e contaminar o solo e os lençóis freáticos. A contaminação entra na cadeia alimentar e chega até nós. A exposição a essas substâncias está ligada a uma série de problemas de saúde, desde doenças renais até graves complicações neurológicas.

O programa tenta frear esse ciclo. A empresa Recicle Logística Reversa é a parceira responsável pela operação. Para itens pequenos, basta levar até o coletor. Para eletrodomésticos de maior porte, como geladeiras ou fogões, a empresa faz coleta em domicílio, que deve ser agendada por telefone ou e-mail.

A mina urbana: quando o lixo vira recurso

Mas a história não termina no coletor. Esse é só o primeiro passo de um processo chamado logística reversa. A promessa é transformar um passivo ambiental em um ativo econômico.

Os aparelhos coletados passam por uma triagem, são desmontados com segurança e seus componentes são separados. Plástico, vidro, metais — tudo é processado para voltar ao ciclo produtivo como matéria-prima nova.

Aqui está um ponto crucial que pouca gente vê: o seu lixo eletrônico é uma mina urbana. Uma tonelada de placas eletrônicas pode conter até 150 gramas de ouro, além de cobre e outros metais valiosos. Reciclar é, portanto, uma forma de evitar a extração de novos minérios, poupando o meio ambiente de mais desmatamento e poluição.

Você tem outras opções

O coletor da Prefeitura é uma porta de entrada importante, mas não é a única. A população da região metropolitana conta com outras alternativas:

  • H2i Recicla: Em sua unidade de Lauro de Freitas (Rua Itagi, 324 – Pitangueiras), a empresa não só recebe dispositivos eletrônicos, como oferece uma compensação financeira na hora pelo material entregue, conforme o estado dos itens.

  • Pontos de Entrega Voluntária (PEVs): A Green Eletron, em parceria com o metrô, mantém coletores em estações como Aeroporto (em Lauro de Freitas), Pituaçu e Mussurunga, em Salvador.

Agora é a nossa vez. A iniciativa pública coloca a estrutura, mas o sucesso depende de um gesto simples de cada cidadão: separar o que não tem mais conserto e dar o destino certo. Em um país que gera milhões de toneladas desse resíduo por ano, a solução sempre começa no município — e na consciência de cada um.

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