Uma força-tarefa interestadual prendeu, em Camaçari, um homem apontado como chefe de uma facção de Aracaju. Ele era investigado por crimes graves, incluindo homicídios e tráfico.
O rastro da violência que assola Sergipe ultrapassou a divisa e encontrou um ponto de pausa — mesmo que temporário — na Bahia. Neste domingo (21), uma ação conjunta das polícias Civil e Militar dos dois estados prendeu em Camaçari um homem de 33 anos, identificado como a cabeça por trás de uma série de crimes brutais nos bairros Japãozinho e Lamarão, no norte de Aracaju.
Para a polícia sergipana, ele não era um soldado qualquer. O suspeito ocupava a cúpula da organização, com funções que iam do planejamento à execução. Era ele quem, segundo as investigações, definia os alvos, recrutava os executores, garantia o armamento e orquestrava a logística dos ataques. Uma operação de guerra, mas com alvos civis.
A ponta desse fio veio de Sergipe, mas a rede para puxá-lo foi tecida em conjunto. Equipes do Deic da Bahia atuaram ao lado de unidades de elite de Sergipe — Core, CPMC, Bope e Cope — em uma demonstração rara de integração. O alvo foi localizado e capturado sem resistência em um imóvel no distrito de Jauá, um refúgio litorâneo que, por um dia, virou palco de uma operação de alto risco.
O preso foi levado para a Polinter e já responde a um mandado de prisão preventiva por homicídio. Enquanto isso, a estrutura que ele comandava — essa sim, o verdadeiro desafio — continua de pé. A prisão de um líder é um alívio, mas não é o fim da guerra. O que acontece em Sergipe não fica em Sergipe; e a Bahia, mais uma vez, sentiu na própria fronteira o peso dessa realidade.
