Um marco para a saúde nacional nasce na Bahia. Lauro de Freitas recebe o primeiro Hospital de Transição e Cuidados Prolongados do país, equipado com 90 leitos para pacientes que já tiveram alta mas precisam de acompanhamento.
Era uma estrutura que simbolizou um dos períodos mais críticos da saúde pública. O antigo hospital de campanha, montado às pressas nas instalações do ex-Hotel Riverside durante a pandemia, agora renasce com uma missão inédita no país: o Hospital Estadual Costa dos Coqueiros, primeiro dedicado integralmente a transição e cuidados prolongados.
A prefeita Débora Regis, acompanhada da secretária municipal de Saúde, Elba Brito, percorreu a unidade totalmente modernizada na tarde desta quinta-feira (27). O local, que antes abrigava o desespero da emergência, hoje é equipado com espaços de estabilização, serviços de fisioterapia, raio-X e odontologia. — Uma resposta concreta para um vazio histórico na rede de cuidado.
A função do novo hospital é clínica e humanitária. Os 90 leitos são um porto seguro para pacientes que receberam alta da internação hospitalar, mas ainda não têm condições de voltar para casa. É um elo fundamental, até então inexistente, que oferece acompanhamento multiprofissional e evita reinternações desnecessárias.
“É um orgulho para Lauro de Freitas receber o primeiro hospital de transição e longa permanência do Brasil”, afirmou Débora Regis, com a voz carregada de um otimismo que não esconde a luta diária. A gestora, no entanto, foi além do discurso de inauguração e fez um apelo direto ao governador Jerônimo Rodrigues.
Ela pediu a doação da Unidade de Acolhimento Infantojuvenil (UAIJ), fechada desde 2019. “Para que possamos transformá-la em um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil e atender nossas crianças atípicas. É um serviço urgente e necessário”, complementou, destacando uma lacuna que dói na pele de milhares de famílias.
O evento também trouxe anúncios que sinalizam mais investimentos. O ministro Alexandre Padilha garantiu, via PAC, os recursos para a construção de uma maternidade na cidade. Um sopro de esperança para um sistema que, aos poucos, tenta se reorganizar.
A pergunta que fica é: será que a rede de apoio e os futuros profissionais formados no programa de residência previsto darão conta da demanda? O equipamento é estratégico, moderno e necessário. Agora, o desafio é fazer com que a vida dentro dele flua tão bem quanto a estrutura promete.
