Dezoito anos depois do crime, a polícia prendeu o homem que vivia escondido. O mandado de prisão, de 2022, foi cumprido nesta semana no bairro Aeroporto.
A justiça pode ser lenta, mas encontrou seu endereço em Feira de Santana. Na última quarta-feira (17), agentes da 1ª Coorpin, com apoio do Cicom e da Dirpin/Leste, localizaram e prenderam um homem de 55 anos, foragido há pelo menos três anos. O crime que ele responde é pesado: estupro de vulnerável. A vítima era a própria filha.
O caso joga luz sobre uma ferida antiga. O abuso aconteceu lá em 2006, dentro da própria casa da família, quando a menina tinha apenas 12 anos. A investigação seguiu seu curso, a denúncia foi feita e, em 2022, a 1ª Vara de Violência Doméstica de Feira decretou a prisão definitiva. Só que o suspeito sumiu do mapa.
Até que a inteligência policial apertou o cerco e o encontrou no bairro Aeroporto. A cena foi de desespero: ao perceber a presença dos policiais, ele tentou se esconder no banheiro do imóvel — um gesto inútil diante de uma sentença que já estava escrita. A fuga durou anos, mas terminou em questão de minutos. Ele foi detido e levado para a delegacia, onde o mandado foi cumprido.
O silêncio quebrado de uma menina, agora mulher, ecoou mais alto que qualquer tentativa de se esconder atrás de um trinco de porta. A prisão coloca um ponto final em um capítulo de violência extrema e reabre, para a vítima e para a sociedade, a possibilidade — ainda que tardia — de um fechamento. O acusado agora aguarda, preso, as decisões do Judiciário.
A operação mostra que, mesmo com o tempo, alguns fantasmas do passado são chamados a prestar contas. A pergunta que fica é sobre quantos outros ainda circulam por aí, enquanto vítimas lutam para seguir em frente com o peso de uma justiça que tarda, mas que um dia pode não falhar.
