A justiça baiana deu um passo decisivo num caso que chocou a região. Um homem de 20 anos, suspeito de envolvimento no assassinato de Ian Ferreira Antunes, foi capturado em ação conjunta da polícia em Sento-Sé.
A tarde desta terça-feira (2) em Sento-Sé não foi como as outras. Enquanto a cidade seguia sua rotina, uma operação silenciosa e coordenada fechava o cerco. Em um hotel na área central, equipes da Delegacia Territorial e da Polícia Militar cumpriram um mandado de prisão preventiva. O alvo: um jovem de 20 anos, investigado pelo homicídio de Ian Ferreira Antunes, ocorrido em julho.
A ordem partiu da Vara Crime da Comarca — e não veio do nada. A investigação foi construindo, peça por peça, um quebra-cabeça que liga o suspeito ao crime. Naquele 24 de julho, na Rua Bela Vista I, dois homens em uma motocicleta dispararam contra Ian, de 26 anos. Ele não resistiu. O caso, que parecia mais um triste registro de violência, ganhou novos contornos com o aprofundamento das apurações.
Durante a ação, os policiais apreenderam dois aparelhos celulares. Esses dispositivos, agora sob análise pericial, podem ser a chave para desvendar não apenas os detalhes daquela noite, mas também a teia criminosa em que o suspeito estaria envolvido. Há fortes indícios de que ele tem ligações com o tráfico de drogas e com uma organização criminosa que atua na região — um dado que transforma a prisão de uma pessoa na possível abertura de um flanco contra todo um esquema.
O jovem foi levado para a delegacia, passou por exame de corpo de delito e agora aguarda, custodiado, os próximos capítulos do processo. A pergunta que fica, no entanto, vai além deste caso específico: será que a captura de um suspeito é suficiente para frear a sensação de insegurança que toma conta do interior baiano?
A operação em Sento-Sé mostra a polícia atuando com precisão, mas também expõe uma realidade dura: a violência na região tem rosto, endereço e, muitas vezes, conexões organizadas. Enquanto a Justiça faz sua parte, a cidade respira aliviada — mas ainda apreensiva. Afinal, em terras onde o sol castiga e o São Francisco corre lento, a paz ainda é uma conquista diária.
