Inflação perde força, mas juros seguem no maior patamar em 18 anos

Home / Economia/ Inflação perde força, mas juros segue...

Inflação perde força, mas juros seguem no maior patamar em 18 anos

Lúcia L.F
2 min p/ ler 2.7k já leram
Notas de duzentos reais.© REUTERS/Adriano Machado/Proibida reprodução

pressão sobre os preços dá mais um sinal de trégua, e o mercado baixou pela sexta semana seguida a previsão para o IPCA de 2025. Só que o horizonte do consumidor comum continua sob a sombra dos juros estratosféricos — e do dólar que não cede.

O horizonte inflacionário segue clareando, mas a sensação no bolso do baiano — e do brasileiro — ainda é de aperto. O último boletim Focus, do Banco Central, trouxe mais um leve recuo nas projeções do mercado. A previsão para a inflação oficial de 2025 caiu de 4,36% para 4,33%, marcando a sexta semana consecutiva de ajuste para baixo.

E o movimento se estende para os anos à frente: 2026 com previsão de 4,06%, 2027 em 3,8% e 2028 em 3,5%. Os números, agora, estão todos dentro da meta do CMN, que tolera uma inflação de até 4,5% no ano. Em novembro, a alta de 0,18% foi puxada pelas passagens aéreas, e o acumulado em 12 meses está em 4,46%.

A grande contradição, no entanto, está em outro indicador. Enquanto a inflação cede, a taxa básica de juros (Selic) permanece intacta no patamar estratosférico de 15% ao ano — a maior desde julho de 2006. O Copom manteve a taxa pela quarta vez seguida, sem dar sinais de quando a redução virá. O comunicado do BC fala em “grande incerteza” e a necessidade de manter a Selic alta “por bastante tempo”.

É a velha e cruel equação: a Selic é a principal ferramenta para domar os preços, mas seu efeito colateral é uma economia que respira com dificuldade. Juros altos encarecem o crédito, freiam o consumo e desestimulam investimentos. O mercado, por sua vez, projeta uma queda lenta e gradual: Selic a 12,25% só no fim de 2026, e 10,5% em 2027.

E o crescimento? O PIB de 2025 teve sua projeção revisada de 2,25% para 2,26% — um movimento quase simbólico. Para 2026, a expectativa é de uma expansão mais modesta, de 1,8%. A economia cresceu 0,4% no segundo trimestre, sustentada por serviços e indústria, após fechar 2024 com um resultado robusto de 3,4%.

O dólar, velho conhecido que dita o preço de tudo nas prateleiras, ainda assombra. A cotação prevista para o fim deste ano segue em R$ 5,43, com projeção de chegar a R$ 5,50 no fechamento de 2026.

No fim das contas, os boletins trazem números frios que desenham um cenário de estabilização gradual. Mas a pergunta que fica, nos bares e feiras de Salvador, é outra: quando essa lenta melhora nos indicadores macro vai, de fato, se transformar em alívio no orçamento das famílias? A promessa está no papel. A realidade, por enquanto, ainda espera sua vez.

Gostou? Compartilhe com amigos!

O que você achou?

Amei 76
Kkkk 32
Triste 4
Raiva 8

Espere! Não perca isso...

Antes de ir, veja o que acabou de acontecer:

Não, obrigado. Prefiro ficar desinformado.
1