A força-tarefa baiana contra sonegação fiscal deflagrou a “Operação Eidolon” em Barreiras. O alvo é um grupo do varejo acusado de fraudar milhões em ICMS, dinheiro que deixou de financiar serviços públicos.
A rotina em Barreiras foi quebrada na manhã desta quarta-feira (19) pelo avanço de uma força-tarefa em ação. A “Operação Eidolon” cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do contador apontado como cérebro de um esquema que sonegou mais de R$ 13 milhões em impostos estaduais.
O grupo empresarial do varejo operava na ilegalidade por duas vias principais: a omissão fraudulenta de vendas de mercadorias e o uso indevido de créditos fiscais. A artimanha envolvia notas fiscais frias — emitidas por empresas fantasmas de outros estados — para gerar um crédito de ICMS que nunca existiu de fato.
E o pior: as investigações da Infip/Sefaz, do MP-BA e da Polí Civil revelaram que os responsáveis pela consultoria contábil da empresa tentaram, ativamente, obstruir a apuração. Um movimento desesperado para tampar o buraco de um crime que já estava descoberto.
— O dinheiro que o consumidor pagou na hora da compra simplesmente evaporou. Não chegou aos cofres públicos — explica um integrante da força-tarefa, que prefere não se identificar. Esse é o cerne do problema: a sonegação contumaz, onde a empresa declara o débito mas não repassa o valor, é um golpe direto nos recursos para saúde, educação e segurança.
A operação, que mobilizou uma tropa de elite com promotores, delegados e servidores do fisco, é um sinal claro. A força-tarefa promete intensificar o cerco às fraudes tributárias neste final de ano. A mensagem é que a paciência com quem desvia o dinheiro que é de todos se esgotou.
Enquanto isso, em Barreiras, a poeira da operação baixa, mas a pergunta que fica é a que mais dói no bolso do baiano: quantas ambulências, merendas escolares e equipamentos de segurança deixaram de existir por causa desses R$ 13 milhões?
