Em encontro inédito, prefeita e associações culturais traçam as primeiras linhas para o calendário de festas de 2026. O objetivo é planejar com antecedência e dar voz aos realizadores dos bairros.
A cena era simbólica. No Centro de Cultura Afro-Brasileira Terminal Turístico Mãe Mirinha de Portão, na movimentada Estrada do Coco, a prefeita Débora Regis sentou-se com uma plateia nem sempre ouvida: os representantes das associações carnavalescas e de músicos de Lauro de Freitas. A missão, direta, era costurar os primeiros fios da programação cultural do município para 2026.
Foi, nas palavras do vice-prefeito e secretário de Cultura, Mateus Reis, a primeira vez que a gestão reuniu todos os representantes de uma vez. De Itinga a Areia Branca, do Centro a Portão, vozes de quem já faz cultura no dia a dia dos bairros ocuparam a mesa. “Discutimos toda a programação e o que integra o calendário oficial”, destacou Reis, apontando para um planejamento “com antecedência e responsabilidade”.
A prefeita Débora defendeu o diálogo como ferramenta essencial para construir um “grande projeto” a ser apresentado à população. — O fundamental é que haja planejamento para todas as ações e festas — afirmou, reforçando o discurso de uma gestão que se pretende organizada.
Mas será que o gesto de escuta, por si só, basta?
Para os presentes, o simples fato de serem chamados já significou uma reviravolta. Daniel Lima, da Comissão de Festejos de Portão, foi enfático: “É a primeira vez que somos chamados para dialogar sobre a cultura e as festas do município”. Em um bairro com carência de atividades culturais, onde apenas uma festa recebe apoio público, a reunião soou como um sinal de valorização.
Bel Araújo, presidente da Associação Carnavalesca e Cultural, ecoou o sentimento. Conhecendo o perfil da prefeita, ele viu naquela quarta-feira “uma verdadeira mudança”. — Foi um diálogo aberto, onde as instituições puderam expor suas necessidades — ressaltou, enxergando no movimento um passo para fomentar a cultura local e ampliar oportunidades para artistas da cidade.
O encontro contou ainda com a presença de secretários e do vereador Isaac Belchior, dando peso político ao assunto. A promessa está lançada: planejar com os pés no chão dos bairros. Agora, a cidade aguarda para ver se o compasso do diálogo conseguirá ditar o ritmo das festas que realmente chegam às ruas.
