O Natal Salvador abraça suas raízes nordestinas neste sábado (13). Uma homenagem ao Dia do Forró leva cortejos, sanfona e quadrilha para o Centro Histórico — celebração que se repete com ainda mais força neste ano.
O Centro Histórico de Salvador vai trocar o som dos sinos pelo ronco da sanfona neste sábado (13). O Natal Salvador faz sua homenagem anual ao Dia do Forró, colocando o tradicional arrasta-pé no coração da festividade — uma mistura calculada de nostalgia e celebração que o público abraçou no ano passado.
A festa começa ao pôr do sol, às 18h. É quando o bloco Rural Elétrica parte da Rua Chile em direção ao Terreiro de Jesus, puxando um cortejo que promete ser um redemoinho de alegria e memória. A proposta é simples e eficaz: forrós clássicos com um toque natalino, transformando o casario colonial em uma pista de dança ao ar livre.
Às 19h30, o clima esquenta no Coreto do Pelourinho. A banda Zé de Tonhá sobe ao palco com a missão de manter a chama acesa. O repertório é aquele pé-de-serra que não pede licença — só exige um par de pés soltos e vontade de cair no ritmo.
Mas o ponto alto da noite está reservado para a Praça Municipal. Às 20h30, o Palco Anunciação recebe a Orquestra Sanfônica da Bahia, um verdadeiro exército de sanfonas que dá peso de cinema à tradição. A música ganha corpo e movimento com a Quadrilha Imperatriz do Forró, que leva suas coreografias marcantes para o centro da cidade. A ideia é emocionar: clássicos de Natal tocados no compasso do forró, uma fusão que parece óbvia só depois que se ouve.
Esta é a segunda edição da homenagem — e não é por acaso. O sucesso da audiência em 2023 transformou uma experiência em tradição dentro da programação oficial.
“Ano passado foi um sucesso. As pessoas abraçaram a ideia e transformaram a homenagem em uma grande celebração da nossa cultura”, afirma Ângelo Magalhães, coordenador-geral do projeto. A expectativa, segundo ele, é ainda maior agora que a data caiu em um sábado. “O forró faz parte da alma do Nordeste e também da alma do nosso Natal.”
E talvez seja isso: numa festa globalizada, buscar na sanfona e no triângulo o sentido de pertencimento. O forró, com sua cadência de abraço apertado e sorriso fácil, pode ser justamente o elo que faltava para lembrar que o Natal da Bahia tem, inevitavelmente, o calor e o cheiro do Nordeste.
Só ouvindo para saber. Ou melhor: só dançando.
