A impunidade que perdurava por quase duas décadas encontrou um ponto final na manhã desta segunda-feira (29). Investigadores da Delegacia Territorial de Riachão do Jacuípe efetuaram a custódia definitiva de um homem de 74 anos, sentenciado por estupro de vulnerável. O alvo, que aproveitava as festividades de encerramento de 2025 para retornar anonimamente ao município, foi surpreendido por uma operação de inteligência baseada em dados de movimentação sazonal.
O colapso da estratégia de evasão
O detento possui um histórico de descumprimento de normas judiciais. Em 2008, o indivíduo utilizava sua posição como proprietário de uma padaria para atrair vítimas menores de idade, convertendo o estabelecimento comercial em local de crime. Embora tenha sido detido anteriormente, ele logrou êxito em evadir-se após progredir para o regime semiaberto, tornando-se foragido.
Desta vez, o aparato estatal demonstrou maior eficácia técnica. O novo mandado, expedido pela Vara Criminal da Comarca local, foca em uma segunda condenação que ainda não havia sido cumprida. Mesmo com a prescrição de processos antigos, a atual ordem judicial impõe sete anos de reclusão em regime fechado. A Polícia Civil trabalhou com a premissa de que o vínculo afetivo com a cidade motivaria seu retorno durante o período de veraneio, confirmando a tese dos analistas de segurança.
Radiografia da Operação e Custódia
A prisão seguiu os protocolos de direitos humanos e medicina legal antes do encaminhamento ao sistema prisional.
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Local da Captura: Riachão do Jacuípe (Interior da Bahia).
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Encaminhamento Técnico: Sede da 15ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (COORPIN).
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Exames Obrigatórios: Realização de perícia de lesões corporais para resguardar a integridade do custodiado e do Estado.
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Regime de Pena: Início imediato em regime fechado.
A captura de um indivíduo nesta faixa etária e com este histórico exige atenção redobrada das autoridades carcerárias. O cumprimento da sentença de sete anos em regime severo é a resposta direta do Judiciário a crimes que traumatizaram a comunidade local há 17 anos.
Impacto na Segurança Regional e o Alerta para o Veraneio
O caso de Riachão do Jacuípe não é isolado. Municípios como Salvador, Lauro de Freitas e as cidades do Recôncavo Baiano apresentam um aumento no fluxo populacional nesta época. Criminosos com mandados em aberto frequentemente tentam se camuflar entre turistas e residentes temporários.
Para a sociedade baiana, a prisão serve como um indicativo de que o sistema de segurança está operando com cruzamento de dados mais ágil. A vigilância em cidades do interior, muitas vezes vistas como refúgios seguros por foragidos, está sendo reforçada. É imperativo que os cidadãos mantenham a colaboração via canais de denúncia, pois a circulação de indivíduos condenados por crimes sexuais representa um risco contínuo à integridade das crianças em áreas de lazer e comércio.
Análise da Autoridade Policial
A eficácia desta ação levanta um questionamento técnico: por que o sistema permitiu a interrupção da pena anterior? A falha na progressão de regime, que resultou na fuga inicial, é um gargalo que as novas medidas de monitoramento pretendem sanar. A prioridade agora reside em garantir que o custodiado não encontre novas brechas processuais, mantendo o foco na segurança das vítimas e na prevenção de novos delitos no ambiente comercial de pequenas cidades.
