A teoria das salas de aula da Unime encontrou o cheiro de terra fresca e o colorido das bancas na feira de agricultura familiar de Lauro de Freitas. Estudantes de nutrição tiveram uma aula prática sobre a origem da comida saudável.
A cena não era comum para uma manhã de sexta-feira na feira. Entre as bancas repletas de verduras, frutas e legumes, um grupo de estudantes de Nutrição da Unime circulava, tocando, cheirando e questionando. A visita técnica, promovida pela Prefeitura por meio da SEMDESC, transformou o local em uma extensão da sala de aula.
Sheila Dionísio, diretora do DESAN, conduziu a atividade com a convicção de quem sabe que a segurança alimentar começa no cultivo. Para ela, a feira é mais que um ponto de venda — é uma política pública de acesso a alimentos saudáveis em funcionamento. “Por isso, esses estudantes precisam conhecer essa variedade de produtos orgânicos”, defendeu, conectando a teoria da nutrição à realidade do consumo.
Do outro lado, os futuros nutricionistas absorviam cada detalhe. “Foi uma verdadeira experiência de aprendizado”, confessou a estudante Maria Eduarda Rosa. Ela viu de perto que entender o cultivo é o primeiro passo para valorizar a agricultura familiar — um elo crucial na cadeia alimentar que muitas vezes fica esquecido nos currículos acadêmicos.
Mas a lição mais valiosa, talvez, tenha vindo da voz do campo. A agricultora Elizabete Oliveira, 55 anos, não escondeu a emoção ao receber os jovens. Em seu depoimento, o espaço da feira ganhou outro significado: o campo como formador de futuras gerações. “Aqui é um espaço maravilhoso… de contribuir para o aprendizado desses estudantes”, disse, mostrando que o conhecimento flui nas duas mãos — da terra para a cidade, e da cidade de volta para a terra.
Massa, né? A iniciativa prova que educação alimentar se constrói com os pés no chão de terra e as mãos nos produtos frescos. Uma lição que, com sorte, esses estudantes levarão para suas carreiras — e para a mesa dos baianos.
