A Bahia não está só discutindo o futuro no clima da COP30; está colocando a mão na massa. A Embasa acelera o passo e chegará a 2026 com quase toda a sua energia vinda de fontes renováveis, um marco raro no saneamento brasileiro.
A conversa sobre energia limpa, que dominou os corredores da COP30 em Belém, já é realidade concreta nos projetos da Embasa. A empresa está trocando a teoria pela prática — e em um ritmo acelerado. A meta é audaciosa: a partir de 1º de janeiro de 2026, 95% de toda a energia que abastece a estatal baiana será renovável.
Esse salto não é obra do acaso. É fruto de uma estratégia clara, que ganhou fôlego com a contratação, em setembro, de 63 MW médios de energia eólica e solar certificada. Uma mudança de patamar que tira a empresa da dependência do mercado convencional e a joga de cabeça no mercado livre.
— E o melhor: a partir de janeiro, essa energia verde será ainda mais eficiente e barata — um alívio para os cofres públicos e para o meio ambiente.
Mas a jogada não para por aí. No mesmo embalo, a Embasa licitou mais 5 MWm de energia solar de geração distribuída. A medida é técnica, mas seu impacto é local: mais de 3 mil unidades de baixa tensão espalhadas pela Bahia serão abastecidas diretamente por usinas fotovoltaicas.
“Essa contratação representa um grande avanço na nossa estratégia”, explica Thiago Ferreira, gerente de Energia Elétrica da Embasa. Ele vê a conexão direta entre os fios e o futuro.
Combinando essas frentes, a projeção é ainda mais ousada. Até maio de 2026, 99,9% do consumo de energia da Embasa virá de fontes limpas. Um número que beira a perfeição e a coloca, proporcionalmente, no topo do ranking de uso de renováveis no saneamento do país.
O presidente da empresa, Gildeone Almeida, não esconde o orgulho. Para ele, a missão vai além de desligar termelétricas poluentes. — A Embasa está comprometida com uma transição energética viável em todos os sentidos: ambiental, social e economicamente — defende.
A questão que fica é: se a Embasa, uma empresa de saneamento, consegue chegar perto de 100% de energia renovável, que exemplo isso dá para os outros setores? Oxente, a Bahia mostra que a revolução energética não é só discurso de conferência. Ela começa na base, até na água que a gente bebe.
