O Congresso aprovou nesta quinta-feira (27) um pacote bilionário para cobrir gastos sociais. Enquanto o governo garante honrar compromissos, a oposição critica a forma de incluir parte dos recursos no orçamento.
O plenário do Congresso Nacional aprovou, nesta quinta (27), dois projetos que injetam bilhões na Seguridade Social, no Bolsa Família e criam milhares de vagas no Ministério da Educação. Uma decisão técnica, mas que carrega um peso político enorme — e opiniões que se chocam.
Onde vai o dinheiro?
O PLN 14/2025 abre um crédito extra de R$ 42,2 bilhões. A justificativa do Executivo é direta: honrar os pagamentos de benefícios previdenciários e do Bolsa Família até o fim deste ano.
A divisão é clara:
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52% seguem para a Seguridade Social — a conta que sustenta aposentadorias e pensões.
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47% são direcionados ao Ministério da Assistência Social, o braço do Bolsa Família.
Mas a polêmica não está só no valor, e sim na origem de parte dele. Cerca de R$ 12 bilhões para o Bolsa Família viriam de operações de crédito, incorporadas ao orçamento por decreto presidencial. Um ponto que acendeu o sinal de alerta.
MEC fortalece quadro e servidores do DF são contemplados
Na mesma sessão, veio o PLN 31/2025. Este, por sua vez, mexe na estrutura do Estado:
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Cria 8,6 mil cargos efetivos no Ministério da Educação (MEC).
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Aprova reajustes salariais e a criação de cargos comissionados para as polícias Militar, Civil e Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
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Também contempla ajustes no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), a medida é uma vitória. “O PLN vai assegurar que os acordos feitos na mesa de negociação com a PM, Bombeiros e Polícia Civil do DF possam ter lastro orçamentário”, explicou. — É a valorização da segurança e da população da capital.
O nó político por trás dos números
Enquanto a base do governo comemorava, a oposição encontrava sua brecha. O senador Rogério Marinho (PL-RN) foi direto ao ponto ao criticar a inclusão dos R$ 12 bilhões por decreto.
“O governo propõe que esse recurso seja incorporado ao orçamento através de decreto. Ou seja, vai permitir literalmente um cheque em branco sem a aquiescência, sem a anuência, sem a fiscalização do Legislativo Federal”, disparou. Para ele, a manobra elevará a dívida pública sem o devido controle.
A questão que fica é sobre os limites desse poder. O governo garante agilidade para não deixar o benefício de milhões de famílias em risco. Já a oposição enxerga um atalho perigoso, um precedente que pode custar caro aos cofres públicos.
O dinheiro está liberado. Mas o debate sobre como ele chegou lá, esse promete ecoar por muito mais tempo.
