A partir de sexta-feira (21), quem pedir um benefício ao INSS precisará ter cadastro biométrico. A medida busca combater fraudes, mas isenta idosos e populações vulneráveis.
O INSS decidiu fechar o cerco. A partir de sexta-feira (21 de novembro), qualquer novo pedido de aposentadoria, auxílio-doença ou pensão exigirá identificação biométrica. A regra, que segue um decreto federal, é a aposta do governo para frear fraudes e garantir que o dinheiro público chegue às mãos certas.
Mas calma: quem já recebe benefício não precisa correr para o posto. A implementação será gradual, e não haverá bloqueio automático. “A prioridade são os novos requerimentos”, explica a nota oficial. Quem já está com o dinheiro na conta pode respirar aliviado — pelo menos por enquanto.
Quem fica de fora?
A lei tem olhos para a realidade brasileira. Ficam dispensados da biometria, por exemplo:
— Pessoas com mais de 80 anos;
— Quem tem dificuldade de locomoção por saúde;
— Comunidades ribeirinhas atendidas pelo PREVBarco;
— Refugiados e apátridas.
Até 30 de abril de 2026, grávidas que pleiteiam salário-maternidade e trabalhadores com auxílio-doença temporário também escapam da exigência. É o governo tentando equilibrar segurança e inclusão.
E o cronograma?
A mudança não será do dia para a noite. Até maio de 2026, o INSS aceitará a biometria da Carteira de Identidade Nacional (CIN), da CNH ou do Título de Eleitor. Depois dessa data, quem não tiver nenhum desses documentos precisará correr atrás da CIN.
A partir de 2028, a CIN se tornará o único documento válido para todos os benefícios. O plano é unificar e simplificar — mas a pergunta que fica é: será que a estrutura dos postos de atendimento aguenta a demanda?
E a Bahia nisso?
Por aqui, a notícia chega com um misto de esperança e cautela. De um lado, a modernização pode agilizar processos e dar mais transparência. De outro, sabemos que nem todo mundo tem fácil acesso a um cartório ou posto do INSS — principalmente no interior.
A medida é necessária? Sem dúvida. Mas seu sucesso dependerá de como será implementada. O desafio é garantir que a burocracia não deixe para trás justamente quem mais precisa.
