A China já é o principal parceiro comercial da Bahia, e esse casamento estratégico só fica mais forte. Em fórum realizado em Salvador, gigantes como BYD e State Grid mostraram que o estado é um campo fértil para negócios bilionários, da energia eólica à ponte sobre a Baía de Todos-os-Santos.
A relação entre Bahia e China já deixou há tempos de ser uma promessa para se tornar uma realidade econômica robusta. O III Fórum Bahia-China, em Salvador, foi a vitrine desse amadurecimento — um evento que reuniu desde autoridades até representantes de algumas das maiores empresas do mundo.
O encontro, promovido pelo governo baiano em parceria com o consulado chinês e o PNUD, teve um objetivo claro: aprofundar parcerias que vão desde a instalação de novas indústrias até obras de infraestrutura que mudam o jogo. Setores onde a Bahia já brilha, como energia eólica, solar e mineração, estavam no centro das discussões.
O vice-governador Geraldo Júnior puxou a conversa para o que realmente importa. Na abertura, ele lembrou que mais de um milhão de baianos saíram do mapa da fome — e que parcerias internacionais sólidas são o combustível para manter esse barco navegando. “Eventos como este fortalecem nossa capacidade de seguir avançando”, afirmou.
Os Gigantes Chineses Já Chegaram
A lista de investimentos apresentada não deixa dúvidas. A Bahia não está na rota; ela é uma das principais estações.
A estrela é a fábrica da BYD em Camaçari — a maior planta da empresa fora da China, com um investimento de R$ 5,5 bilhões. Mas o leque é diverso: a State Grid atua na integração das renováveis; a Sinoma fabrica pás eólicas; e a Goldwind instalou aqui a sua primeira fábrica fora da China com capacidade superior a 5 MW. Empresas como Huawei e Windey também espreitam o potencial baiano.
Para Além das Fábricas: As Obras que Vão Mudar a Geografia
O fórum deixou claro que os investimentos vão muito além dos parques industriais. Dois projetos faraônicos dominaram os debates:
— A Ponte Salvador-Itaparica, com investimento total de R$ 11 bilhões ao longo dos próximos seis anos. “Um exemplo concreto do fortalecimento dessa relação, com potencial para transformar a mobilidade regional”, definiu Cláudio Villas Boas, CEO da concessionária.
— E os avanços nas tratativas para o corredor ferroviário bioceânico, um projeto que pode redesenhar o escoamento de produção no país, fruto da conversa entre a Infra S.A. e o Grupo Ferroviário Estatal da China.
A cônsul-geral da China, Tian Min, foi direta: “A Bahia possui vantagens exclusivas”. E completou, ecoando o discurso local sobre o “ganha-ganha”: “Estamos confiantes de que, com esforços conjuntos, continuarão trazendo benefícios ao povo baiano”.
