Os portais de entrada para a movimentada Costa do Dendê estão ganhando cara nova. O governo do estado investe R$ 8,8 milhões na recuperação estrutural dos terminais, prometendo mais segurança e conforto para moradores e turistas.
Pelas águas que banham Morro de São Paulo e Gamboa do Morro, em Cairu, passa muito mais do que o vaivém de barcos. Circula a vida econômica e o pulsar turístico de uma das regiões mais visitadas do estado. Agora, os dois atracadouros — verdadeiras portas de entrada para o coração da Costa do Dendê — estão em meio a uma transformação. O Governo da Bahia, através da Seinfra, está injetando R$ 8,8 milhões numa obra de recuperação estrutural que promete devolver conforto e, principalmente, segurança a quem depende diariamente desses terminais.
A justificativa é clara: a região recebe mais de 750 mil visitantes por ano, segundo a Setur. E todo esse fluxo precisa de uma base sólida. Em Morro de São Paulo, a requalificação do cais já atingiu 65% e trabalha nas vigas, lajes e nas escadas que dão acesso às embarcações. Um detalhe chama atenção: o prazo inicial, que era o segundo semestre de 2025, foi remanejado para o primeiro semestre de 2026. A decisão veio de uma reunião com a prefeitura e a empreiteira, justamente para não estrangular o movimento intenso da alta temporada. Um ajuste de cronograma que, se por um lado adia a entrega, por outro demonstra um raro pragmatismo — a obra segue, mas a operação não pode parar.
Na vizinha Gamboa do Morro, o ritmo é ainda mais acelerado, com 76% dos serviços executados e previsão de conclusão para junho de 2026. Lá, o foco também está na estrutura essencial: estacas, vigas e escadas. O secretário de Infraestrutura, Saulo Pontes, vai além da estética ao listar os objetivos. “Melhora o acesso, sim, mas também beneficia o transporte de mercadorias para hotéis, pousadas e restaurantes locais”, afirma. É a percepção de que esses píeres são artérias vitais — por eles chega o turista, mas também o abastecimento que mantém a economia local girando.
Pontes ainda aproveita para dimensionar o esforço estadual: desde janeiro de 2023, já são mais de R$ 67 milhões aplicados em atracadouros pela Bahia, incluindo a requalificação do terminal de Taperoá, com entrega prevista para janeiro do ano que vem.
A aposta é alta. O sinal é de que o estado entende que a infraestrutura do turismo baiano não pode ser apenas fotogênica — tem que ser robusta. Resta saber se, uma vez prontos, esses terminais conseguirão absorver com eficiência a sempre crescente demanda de um destino que não para de conquistar o mundo. A resposta, como a maré, virá com o tempo.
