Mais de mil famílias em situação de vulnerabilidade em Lauro de Freitas receberam cestas básicas nesta semana. A prefeita Débora Regis esteve pessoalmente na ação, que reforça o combate à insegurança alimentar no município.
A cena se repetia, mas a emoção, não. Nesta segunda-feira (22), em Lauro de Freitas, a entrega de uma cesta básica vinha carregada de mais do que alimentos — vinha com um olho no olho. A Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (SEMDESC), deu início à distribuição que vai beneficiar mais de mil famílias assistidas pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).
A ação começou cedo na Estação Cidadania, a Praça do Esporte e da Cultura que abriga os CRAS de Itinga I e II. Caixas de mantimentos se acumulavam, e a fila, silenciosa e respeitosa, contava uma história que números não capturam. À tarde, o mutirão da solidariedade seguiu para o CAJI, em Caixa D’água, e para o CRAS Vila Praiana.
A prefeita Débora Regis não era apenas uma figura de protocolo. Circulava entre as pessoas, acompanhada da secretária Diana de Souza. Sem discurso inflamado, sua fala foi direta: “Viemos não apenas para entregar cestas básicas, mas para nos aproximar das pessoas que precisam do nosso cuidado”. Uma declaração que tenta traduzir em gesto uma política pública.
Para a secretária Diana, a entrega simboliza um pacto. “Estamos garantindo cuidado e dignidade às famílias”, frisou, enquanto dialogava com quem aguardava. E a dignidade tem rosto. Como o de dona Rita de Cássia, 68 anos, moradora de Itinga. “Essa doação chegou em boa hora”, disse, segurando a cesta com as duas mãos, em um misto de alívio e gratidão.
O programa Alimenta Lauro – Comida no Prato, Dignidade na Mesa tem um objetivo claro: ser um alicerce contra a fome. Para Ludmila Ferreira, 26 anos e grávida, o benefício é o sustento da casa. “Não tenho palavras para agradecer”, declarou, em um depoimento que resume o desespero mudo de quem depende de ajuda para o básico.
Mas será que a força de uma ação como esta consegue durar além dos dois dias de distribuição? A pergunta fica no ar, enquanto os caminhões seguem viagem.
Nesta terça-feira (23), foi a vez dos CRAS de Portão e Areia Branca fecharem o ciclo desta etapa. Mais cestas, mais apertos de mão, mais sorrisos contidos. A prefeitura cumpre seu papel de assistir — o desafio, agora, é fazer com que a dignidade na mesa seja um direito permanente, e não uma cesta de fim de ano.
