Mais do que um abrigo, um encontro. Uma equipe especializada percorre diariamente a cidade para oferecer um caminho de volta à sociedade para quem vive em situação de rua. Em 2024, já foram mais de 2 mil atendimentos.
Enquanto a cidade dorme ou corre, um outro trabalho, silencioso e fundamental, acontece no asfalto. Em Lauro de Freitas, a política de acolhimento não espera que a vulnerabilidade bata à porta — ela vai até ela. O Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), braço da Secretaria de Desenvolvimento Social, é essa ponte humana que percorre ruas e esquinas.
A equipe — composta por assistentes sociais, psicólogos, pedagogos e educadores sociais — trabalha em regime de plantão. Rondas diárias, inclusive aos feriados, têm um objetivo claro: identificar, abordar com respeito e conectar essas pessoas a uma rede de proteção que vai da saúde à educação, e até à mediação para um retorno seguro às cidades de origem.
— É um trabalho de formiguinha, de olho no olho — define a coordenadora Geovana Aguiar. — Estamos cada vez mais presentes, com atendimento humanizado e foco na garantia de direitos.
Mais de 2 mil atendimentos já foram realizados só neste ano. O número, porém, é só a ponta do processo. A verdadeira missão é desfiar a complexa teia de vulnerabilidades que levou cada indivíduo àquela situação, oferecendo não só um teto, mas um caminho de reintegração.
Especialistas apontam que essa abordagem social direta é política de estado em sua forma mais pura: assegura direitos sem cassar autonomia. Ainda assim, o desafio persiste. O acolhimento é a porta de entrada, mas será que a cidade, como um todo, está preparada para receber de volta essas pessoas com oportunidades reais?
