Com os mananciais em nível melhor que anos anteriores, a Embasa mobiliza uma operação de guerra para garantir água na alta temporada. O plano envolve de geradores a novas adutoras, mas o apelo por consumo consciente segue de pé.
O verão no litoral sul baiano tem um ritmo próprio — e uma pressão extra sobre o abastecimento de água. Entre Canavieiras e Camamu, mais de 200 quilômetros de costa veem cidades incharem com a chegada dos turistas. A boa notícia, desta vez, vem dos mananciais. “A situação está bem melhor que em anos anteriores”, garante Uillas Batista, gerente regional da Embasa. Mas a empresa não está só contando com a sorte da chuva.
Uma operação preventiva foi montada. O esquema inclui desde o monitoramento constante dos equipamentos e estações de tratamento até equipes de plantão permanente. O ponto crítico, todo mundo sabe, é outro: a instabilidade no fornecimento de energia. Um apagão pode paralisar bombas e deixar um distrito inteiro sem água. Por isso, geradores já foram posicionados em sistemas considerados críticos, como em Itacaré, Serra Grande e Ilhéus. A Coelba também foi acionada para dar suporte extra onde a falta de luz historicamente vira um problema.
— Mas preparação também se faz com investimento pesado em obra.
Em Ilhéus, R$ 6,5 milhões foram injetados na modernização do sistema. As intervenções, já concluídas, criaram uma nova adutora que triplica a capacidade de levar água da região sul para o centro e oeste da cidade. É uma rede de segurança para períodos de estiagem ou redução na vazão do rio Iguape.
Já em Serra Grande, a Estação de Tratamento de Água (ETA) passou por uma verdadeira transformação no ano passado, aumentando sua produção em 77%. Este ano, novos ajustes foram feitos. A localidade, que junto com Sargi vê sua população duplicar no verão, terá até um ponto de atendimento presencial da Embasa durante a temporada.
Itacaré também entrou nessa roda de melhorias. Desde 2019, a ampliação da ETA da Ribeira e uma nova adutora captando mais água do rio Jeribucaçu aumentaram a oferta de água tratada em 35% na cidade.
Com o cenário mais favorável e a infraestrutura reforçada, a conta do verão parece mais fácil de fechar. Ainda assim, o apelo da Embasa é direto: evitar desperdício e reportar vazamentos ou ligações clandestinas não é só uma sugestão, é parte essencial da equação. Afinal, de nada adiantam adutoras e geradores se a água escorrer pelo ralo.
